A vida de fotógrafo amador tem seus momentos luminosos. Essa luz que emana não só da paisagem, mas da presença das pessoas e do convívio. A partir de hoje faço mais uma exposição de fotografias, desta vez contando com o apoio do Hotel Laje de Pedra. À beira do Vale do Quilombo, no alto do chapadão, numa sala clara e acolhedora, estarão expostos alguns dos retratos que fiz do Parque Laje de Pedra ao longo dos últimos anos.
O lugar mora no meu coração. Por ali costumo andar em diferentes estações climáticas e espirituais. É um dos meus roteiros escolhidos para caminhadas polifônicas.
Os indivíduos dos povos indígenas e das comunidades marcadas por fortes vínculos não alimentam grandes medos. A doença e a morte são para eles acontecimentos que não possuem a carga de desamparo e desespero que têm para nós. É que sempre estão por perto uns dos outros, dão-se as mãos ao som do trovão e da tempestade, enfrentam os perigos com a invencível força da união. Vivem mais o momento e creio que são mais felizes.
Morrem apenas uma vez na vida, ao contrário de nós outros que, isolados em tristes pensamentos e tugúrios, morremos vezes sem conta de solidão e medo. Custamos a nos olhar, quase não nos tocamos.
A arte é uma forma de dar as mãos. Um jeito de estar perto do outro, em volta da fogueira do espírito, para espantar a escuridão e a morte.
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Foto: J. Finatto
Esta foto, Adelar, está como uma aquarela com a sutileza dos tons pastéis.
ResponderExcluirParabéns pelos espaços que tua arte vem ocupando.
É muito oportuna esta citação dos costumes dos "ditos" incivilizados.
Vou divulgar pelos meios que tenho na Internet.
Abraço.
Ricardo Mainieri
Ricardo, a tua atenção é um grande estímulo. Muito obrigado pela tua presença de poeta e pessoa de rica sensibilidade.
ResponderExcluirAdelar