Se parar de escrever na casa do labirinto, na difícil procura de claridade, se o silêncio e a solidão crescerem ao meu redor como um vasto milharal, habitado por estranho espantalho vestido de negro, com grossas lentes nos óculos que não ampliam a progressiva e asfixiante pequenez das coisas, esse tal que desistiu do ofício de espantar, sendo ele próprio o contumaz espantado, no oblíquo território do mundo, se os amigos esquecerem de me visitar nas noites de inverno, se algum pássaro soltar o canto, em maio, no galho da araucária diante da minha janela, se essas palavras servirem, ao menos, para distrair o raro leitor (?) do problema da morte e da inefável falta de sentido da vida, a luta do texto terá valido a pena.
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Foto: J. Finatto. Araucária vista da janela. Passo dos Ausentes.
Olá, velho amigo. Estamos vivos, ainda, e sempre acompanhando tuas postagens. Delicia-me, particularmente, tua obsessão pelos habitantes que povoam as brumas. É o cacoete do velho e bom Adelar.
ResponderExcluirAbraço caloroso e que venha o inverno e suas brumas.
Alvaro.
Querido amigo,
ResponderExcluiracabei de entrar em casa, fugindo de absurda névoa misturada com garoa, que aqui dura o ano inteiro. O frio, o vento, o fogão a lenha e o pinhão.
Ler a tua cálida mensagem aquece a alma aqui nos Campos de Cima do Esquecimento.
Não esqueça de visitar Passo dos Ausentes, quando puder. Vamos caminhar nessas ruas antigas e esquecidas, e conversar muito.
Um grande abraço.
Adelar
O texto e a foto se derramam poeticamente, numa combinação de tons, musicalidade e harmonia.
ResponderExcluirBelíssimos.
Ricardo Mainieri
Caro amigo Ricardo,
ResponderExcluirtuas palavras são um estímulo a este blogueiro do fim do mundo.
Um grande abraço.
Adelar