quarta-feira, 13 de julho de 2011
Elegia 1975
O vento não traz notícias de longe
todos foram dormir depois do vinho
só nós permanecemos incomunicáveis
debaixo das estrelas e do frio
um que outro fantasma passa
fugitivo na calçada
não perguntamos pela vida
passada ou futura
habitamos cada momento
com olhos de prisioneiros violentados
escutamos o silêncio que vem do rio
a fome imensa de liberdade
que nos anima e nos faz fortes
na tempestade que nos enlaça
nos joga contra a parede
nosso rosto parece ao de toda gente
mas trazemos segredos inviolados
noites de lobos feridos
olhamos a cidade morta
nenhum anjo nos acalanta
estamos vivos
e nunca doeu tanto
_______________
Do livro Claridade, coedição Prefeitura Municipal de Porto Alegre e Editora Movimento, 1983.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Este poema é lindo, Adelar. Quase uma crônica geracional. Dê-me o prazer de divulgá-lo por outros espaços.
ResponderExcluirAbs.
Ricardo Mainieri
Amigo Ricardo,
ResponderExcluireste poema também te pertence.
Um grande abraço.
JF
Sobre teu poema
ResponderExcluirCarmen Silvia Presotto – Facebook - Grupo Vidraguas
ameaçadores momentos em que afogados no silêncio, percebemos no sangue que estamos vivos... que belo poema Ricardo, fico feliz quando alguém compartilha versos de outros, um ato poético!! beijos e tomara que Jorge venha para cá também conVersar. Boa tarde.
Ricardo,
ResponderExcluirmuito obrigado por levar esse velho poema a mais pessoas.
Um grande abraço, meu amigo, extensivo à Carmen.
JF