Jorge Adelar Finatto
A parte da beleza e da justiça que não se distribui, a parte do calor e da ternura que não se dá e nem se recebe, a parte dos sonhos extraviados na travessia, a parte do amor não vivido, essa é a parte da orquídea.
O que ficará desse tempo seco e sem ar?
Levo no bornal o calepino, os lápis de cor, as anotações estelares, o telescópio, o lampião, o impossível mapa e a máquina de fotografia. Vou em busca da orquídea.
Levo no bornal o calepino, os lápis de cor, as anotações estelares, o telescópio, o lampião, o impossível mapa e a máquina de fotografia. Vou em busca da orquídea.
Encho os olhos e o coração com suas cores, formas, raro aroma. No limite do penhasco, ou no velho tronco da beira do córrego, sob a sombra da nuvem ou da copa, a orquídea respira e ilumina.
Orquídea, sim, orquídeas.
Orquídea, sim, orquídeas.
O resto não importa.
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Photos: J.Finatto
Texto publicado em 20 de setembro, 2010.
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