Amsterdam. Um habitante dessa cidade de vento, bicicletas e canais me diz que o tempo anda diferente: nessa época do outono, já devia estar nevando. No entando, a temperatura anda pelos sete, oito graus de dia, com garoa às vezes. À noite esfria mais. Neve, porém, nada.
Cá com meus botões, esse friozinho é coisa pequena pra quem vive em Passo dos Ausentes. O povo aqui é fiasquento para o frio, põe logo os capotes. Eu fico só olhando.
O que mais sinto falta é da amplitude dos nossos vales e das montanhas. Na Holanda tudo é plano, uma boa parte abaixo do nível do gelado Mar do Norte. O território encantado para os ciclistas que andam pela cidade feito abelhas. A sequência inumerável dos prédios de tijolinhos ocres, brancos, vermelhos, marrons e amarelos nos leva a voltas infinitas em torno de um lugar comum.
photo: j.finatto |
Agora caminho por uma alegre feira de rua. Nela se vendem frutas, verduras, peixes, roupas, eletrônicos, mil utensílios. E, pra refazer o coração, tulipas.
Sim, tulipas de vivas e cálidas cores.
Um sopro de alegria em meio à melancolia dos barcos e do vento no entardecer.
Ótimas: fotos e crônica
ResponderExcluirInteressante, verificar que a padronização americana não atingiu com ênfase os países do Velho Mundo.
Todos, ainda, conservam suas peculiaridades.
E, nós, como viajantes-leitores agradecemos esta viagem gratuita.
Abraço.
Ricardo Mainieri
Estimado Ricardo, é precioso contar com a tua viagem por esses canais e seus ventos. Estou conseguindo colocar fotos de novo, como no texto A história contada nas ruas.
ResponderExcluirUm grande abraço.
Adelar
Creio que sua visita ao túmulo de Oscar Wilde deu certo para que fôssem dadas maiores atenção à sua memória e a repercussão no Brasil.
ResponderExcluirUm dos netos do Escritor está reformando o túmulo que terá ajuda inclusive do Estado francês conforme informou a Folha de São Paulo.
Se der tempo o Nobre Poeta poderá, de trem, fazer o curto trajeto Amsterdam/Paris em apenas 3 horas(de trem) e verificar como estão as obras.
Caro amigo.
ResponderExcluirNão imaginava eu que a reforma viria a impedir os beijinhos de carinho. Tudo pela pedra, nada pelo humano. Uma perda de referência. Um monumento coberto de beijos é uma coisa preciosa que mentes sombrias não suportam.
Ou será que estou fora da casinha? Sei lá.
Abraço.
JF