quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Um sopro de alegria

Jorge Adelar Finatto

photo:j.finatto


Amsterdam. Um habitante dessa cidade de vento, bicicletas e canais me diz que o tempo anda diferente: nessa época do outono, já devia estar nevando. No entando, a temperatura anda pelos sete, oito graus de dia, com garoa às vezes. À noite esfria mais. Neve, porém, nada.

Cá com meus botões, esse friozinho é coisa pequena pra quem vive em Passo dos Ausentes. O povo aqui é fiasquento para o frio, põe logo os capotes. Eu fico só olhando.

O que mais sinto falta é da amplitude dos nossos vales e das montanhas. Na Holanda tudo é plano, uma boa parte abaixo do nível do gelado Mar do Norte. O território encantado para os ciclistas que andam pela cidade feito abelhas. A sequência inumerável dos prédios de tijolinhos ocres, brancos, vermelhos, marrons e amarelos nos leva a voltas infinitas em torno de um lugar comum.


photo: j.finatto

Agora caminho por uma alegre feira de rua. Nela se vendem frutas, verduras, peixes, roupas, eletrônicos, mil utensílios. E, pra refazer o coração, tulipas. 

Sim, tulipas de vivas e cálidas cores.

Um sopro de alegria em meio à melancolia dos barcos e do vento no entardecer.

4 comentários:

  1. Ótimas: fotos e crônica
    Interessante, verificar que a padronização americana não atingiu com ênfase os países do Velho Mundo.
    Todos, ainda, conservam suas peculiaridades.
    E, nós, como viajantes-leitores agradecemos esta viagem gratuita.

    Abraço.


    Ricardo Mainieri

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  2. Estimado Ricardo, é precioso contar com a tua viagem por esses canais e seus ventos. Estou conseguindo colocar fotos de novo, como no texto A história contada nas ruas.

    Um grande abraço.

    Adelar

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  3. Creio que sua visita ao túmulo de Oscar Wilde deu certo para que fôssem dadas maiores atenção à sua memória e a repercussão no Brasil.
    Um dos netos do Escritor está reformando o túmulo que terá ajuda inclusive do Estado francês conforme informou a Folha de São Paulo.
    Se der tempo o Nobre Poeta poderá, de trem, fazer o curto trajeto Amsterdam/Paris em apenas 3 horas(de trem) e verificar como estão as obras.

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  4. Caro amigo.

    Não imaginava eu que a reforma viria a impedir os beijinhos de carinho. Tudo pela pedra, nada pelo humano. Uma perda de referência. Um monumento coberto de beijos é uma coisa preciosa que mentes sombrias não suportam.
    Ou será que estou fora da casinha? Sei lá.

    Abraço.

    JF

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