Jorge Adelar Finatto
borboleta com mutação (abaixo). Agência EFE |
As borboletas que vivem nas áreas próximas à Usina
Nuclear de Fukushima, no nordeste do Japão, estão sofrendo mutações genéticas.
A radiação liberada no ambiente durante o acidente ocorrido na usina, em março de 2011, em razão do terremoto e do tsunami que assolaram o país, está alterando as formas das asas e antenas das borboletas, entre outras mudanças. A notícia foi publicada no Scientific Reports desta semana.
A incidência das mutações se dá em borboletas que
comem alimentos contaminados pela radiação e naquelas cujos pais já foram
atingidos por alterações genéticas.
Cresce no Japão e no mundo a consciência de que
precisamos partir urgentemente para o uso de energias limpas, como eólica e
solar, deixando para trás a atômica e a que resulta da queima de combustíveis
fósseis.
O risco de acidentes nucleares coloca em constante perigo a existência dos seres vivos em nosso planeta. Não precisa muito: um erro humano, um evento da natureza ou um desastre por qualquer motivo são suficientes para causar irreparáveis danos genéticos, quando não a extinção da vida.
As borboletas, ao natural, têm vida brevíssima, duram em média de duas a quatro semanas. Algumas mariposas vivem apenas um dia.
Além das horas que destinam a coisas prosaicas como prover suas necessidades e fugir de predadores, pouco tempo resta às borboletas para viver e ser feliz.
O tempo das borboletas de Fukushima ficou ainda menor, depois que a radiação lhes impregnou o corpo frágil. Sabe-se lá as dores que sentirão com as mutações, para não falar da decepção de se sentirem diferentes das outras.
As mutilações genéticas das borboletas dizem
respeito a todos nós. A brevidade da nossa própria existência recomenda todo o cuidado possível com a vida em geral. Precisamos compartilhar com os outros
seres o milagre de estar vivo.
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Sobre o tsunami no Japão em março de 2011:
http://ofazedordeauroras.blogspot.com.br/2011/03/hokkaido-ilha-do-coracao.html
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