Jorge Adelar Finatto
photo: j.finatto |
Os ipês invadiram Porto Alegre nesses dias que antecedem a primavera (começa no dia 22 de setembro). A beleza dessas árvores nas ruas da cidade impressiona. No inverno passam sem ser notadas. Agora explodem.
A elevação da temperatura em agosto, em pleno inverno, precipitou a floração. Nos últimos dias do mês, contudo, voltou a esfriar bem, ventou, choveu. Não sei o que será das flores com a brusca mudança. Por enquanto estão aí.
Como todos os seres vivos, as flores precisam de reservas de saúde e paciência para agüentar o desequilíbrio provocado pelo homem. Uma coisa danada.
Os ipês, como nós, são sobreviventes de um clima louco. As cores vivas, variadas e delicadas transformam o espaço público em algo mais bonito.
Numa cidade onde quase não se pode sair à noite a pé devido à violência, isto é um consolo. A cidade ferida sabe ser dura com a leveza e com a inocência. Mas ostenta, ironicamente, um alto nível de arborização, entre os maiores do mundo. O Guaíba com suas águas doces e largas colabora com esse ambiente.
Como todos os seres vivos, as flores precisam de reservas de saúde e paciência para agüentar o desequilíbrio provocado pelo homem. Uma coisa danada.
photo: j.finatto |
Os ipês, como nós, são sobreviventes de um clima louco. As cores vivas, variadas e delicadas transformam o espaço público em algo mais bonito.
Numa cidade onde quase não se pode sair à noite a pé devido à violência, isto é um consolo. A cidade ferida sabe ser dura com a leveza e com a inocência. Mas ostenta, ironicamente, um alto nível de arborização, entre os maiores do mundo. O Guaíba com suas águas doces e largas colabora com esse ambiente.
Não é possível ficar indiferente a um ipê de flores cor-de-rosa (ou brancas ou amarelas ou roxas) iluminando a calçada.
Na medida em que as flores vão caindo, formam tapetes no chão que os distraídos pisam.
Se alguém está pensando em se matar por esses dias, recomendo: antes do ato-extremo-pura-desilusão-ressaca-de-viver, saia um pouco de casa e vá andar pelas ruas do seu bairro em meio aos ipês. Talvez mude de ideia.
O espetáculo das árvores em Porto Alegre mostra que a vida pode ser muito mais do que fazem crer os semblantes tensos e melancólicos que habitam as nossas ruas.
photo: j.finatto |
Não é possível ficar indiferente a um ipê de flores cor-de-rosa (ou brancas ou amarelas ou roxas) iluminando a calçada.
Na medida em que as flores vão caindo, formam tapetes no chão que os distraídos pisam.
Se alguém está pensando em se matar por esses dias, recomendo: antes do ato-extremo-pura-desilusão-ressaca-de-viver, saia um pouco de casa e vá andar pelas ruas do seu bairro em meio aos ipês. Talvez mude de ideia.
O espetáculo das árvores em Porto Alegre mostra que a vida pode ser muito mais do que fazem crer os semblantes tensos e melancólicos que habitam as nossas ruas.
Esses dias, Adelar, li uma explicação esotérica para a depressão das pessoas quando o sol se oculta, como no outrora rigoroso inverno riograndense.
ResponderExcluirRamatís, um indochinês, em um de seus livros fala que o sol fornece a nossa dose diária de Prana, um vitalizante natural e algo etéreo, que os orientais facultam como vitalizante de nossos corpos físicos e sutis.
Assim, nos dias de pouco sol, existe pouco prana, logo as pessoas mais sensíveis tendem mais aos estados melancólicos.
Aprecio este vivificar da Natureza nesta cidade dura. Os ipês e os guapuruvus são nossas árvores de maior beleza.
Uma crônica a elas, então.
Abraço.
Ricardo Mainieri
ResponderExcluirQue a primavera nos traga de volta o encanto de fazer parte do mundo.
Um abraço, caro Ricardo.
JF