Jorge Adelar Finatto
photo: Wikipédia. Autor: Jon Sullivan |
Quem viu alguma vez uma joaninha caminhando na página de um livro ou sobre uma folha verde sabe do que estou falando. É talvez o acontecimento mais importante do universo.
Nenhuma literatura e nenhuma filosofia do mundo valem os passos da joaninha.
Só que pouca gente percebe o engenho e a arte por trás da construção da frágil joaninha.
Existem muitos outros assuntos importantes para se tratar. Um blog não deve ignorar isso.
O fato, contudo, é que me encanto com os farelos do mundo. As coisas pequenas me atraem, as outras me enfadam, quando não revoltam.
Encontro claridade nos fanicos da existência.
Tudo que é breve e pequeno se parece com estar vivo e me interessam sobretudo.
Os verdadeiros e últimos sentidos habitam além das aparências da assim chamada realidade.
Encontro claridade nos fanicos da existência.
Tudo que é breve e pequeno se parece com estar vivo e me interessam sobretudo.
Os verdadeiros e últimos sentidos habitam além das aparências da assim chamada realidade.
O mundo silencioso das migalhas me é, por isso, muito caro e diz mais que um tratado ontológico.
Quando se perde a palavra, é como se perdêssemos a vida.
Na arte, ao menos, podemos sonhar um pouco, levitar acima dos mausoléus e crematórios existenciais. Mas sei também que não podemos viver entre as nuvens.
Deve haver um caminho de passagem entre o porão e a copa das estrelas, entre a imensidão da Via Láctea e os passos humildes da joaninha.
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Deve haver um caminho de passagem entre o porão e a copa das estrelas, entre a imensidão da Via Láctea e os passos humildes da joaninha.
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Foto de joaninha. Fonte: Wikipédia. Autor: Jon Sullivan (PD-PDphoto.org]
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