Jorge Adelar Finatto
Paris, novembro, 2011. Uma das coisas que admiro nos franceses é o respeito que têm pela memória histórica. Acredito que a maioria dos cidadãos deste país cultua a verdade como valor essencial, o que explica muitas das conquistas da civilização aqui ocorridas.
Em Paris, a cada passo encontramos placas informativas nas vias publicas. Elas contam coisas boas e ruins que aconteceram na cidade. Há um apreço pela transparência que ajuda a formar as consciências.
Em Paris, a cada passo encontramos placas informativas nas vias publicas. Elas contam coisas boas e ruins que aconteceram na cidade. Há um apreço pela transparência que ajuda a formar as consciências.
Não se trata de uma memória seletiva, hipócrita.
Numa escola de crianças, no Quartier Latin, há uma placa na parede ao lado da porta, voltada para a calçada, informando que, durante a ocupação nazista, muitos meninos e meninas judeus daquele colégio foram levados para os campos de concentração dos alemães, com a concordância e participação das autoridades francesas, sendo depois assassinados (foto).
Numa escola de crianças, no Quartier Latin, há uma placa na parede ao lado da porta, voltada para a calçada, informando que, durante a ocupação nazista, muitos meninos e meninas judeus daquele colégio foram levados para os campos de concentração dos alemães, com a concordância e participação das autoridades francesas, sendo depois assassinados (foto).
Na esquina dos bulevares Saint-Michel e Saint Germain, uma outra placa informa que, naquele local, no dia 19 de agosto de 1944, Bottine Robert foi morto pelos nazistas por lutar pela libertação de Paris.
Naquele mês, Hitler ordenara a destruição completa da cidade antes de uma retirada das tropas alemãs diante do avanço das forças francesas de Charles de Gaulle e dos aliados. O comandante alemão em Paris, general Von Choltitz, no entanto, negou-se a cumprir a insana determinação, e a cidade foi poupada.
Naquele mês, Hitler ordenara a destruição completa da cidade antes de uma retirada das tropas alemãs diante do avanço das forças francesas de Charles de Gaulle e dos aliados. O comandante alemão em Paris, general Von Choltitz, no entanto, negou-se a cumprir a insana determinação, e a cidade foi poupada.
photo: j.finatto |
São fatos diferentes dentro de um mesmo contexto histórico, revelados nas ruas da cidade, à luz do sol ou da lua, para quem quiser saber. É importante que assim seja, que todos saibam e sintam, para que essas coisas nunca mais voltem a acontecer.
Que a história contada e sabida sirva de farol dentro do negrume do nosso tempo, em que a crise mundial testa diariamente a capacidade dos povos em solidarizar-se para melhorar a vida das pessoas.
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Os buquinistas de Paris:
http://ofazedordeauroras.blogspot.com.br/2012/05/os-buquinistas-de-paris.html
Paris, um passeio literário:
http://ofazedordeauroras.blogspot.com.br/2012/09/paris-um-passeio-literario.html
Post revisto, publicado anteriormente em 22 de novembro, 2011.
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