Jorge Adelar Finatto
Passeio sobre prancha, no Guaíba, diante da Fundação Iberê Camargo. photo: j.finatto |
Devia ser eu em cima daquela prancha (stand up), deslizando sobre as águas do Guaíba na tarde de julho. Na verdade, acho que era eu. Sentia o cheiro adocicado do rio enquanto glissava de pé sobre a superfície azulada, cortando as pequenas ondas em direção ao sul.
Se não era eu, como explicar o toque do vento batendo no meu rosto, aquela sensação incrível de liberdade?
Devia ser eu, tinha de ser eu. Pelo menos era o que imaginava, sentado no café da Fundação Iberê Camargo, diante do Guaíba, no intervalo da visita que fazia às exposições de pintura.
Um sentimento de felicidade por estar ali, mergulhado naquela aquarela. A vista da cidade desde o ponto ondulante era de não esquecer.
Devia ser eu naquela prancha, orientando o remo, olhando a face fugidia da cidade.
A tarde de sol cálido convidava pra ser feliz olhando o Guaíba e seus reflexos.
Recordo do tempo em que, na altura da Usina do Gasômetro, centro de Porto Alegre, havia uma praia onde as famílias se reuniam nos fins de tarde de verão com suas esteiras e guarda-sóis coloridos.
Lembro dos dias ali vividos e de como nos banhávamos nas águas do Guaíba. Às vezes, tinha vontade de embarcar num navio e sair pelo mundo. Sim, navios de várias bandeiras entravam e saíam do porto naquele tempo.
Se não era eu, como explicar o toque do vento batendo no meu rosto, aquela sensação incrível de liberdade?
Devia ser eu, tinha de ser eu. Pelo menos era o que imaginava, sentado no café da Fundação Iberê Camargo, diante do Guaíba, no intervalo da visita que fazia às exposições de pintura.
Um sentimento de felicidade por estar ali, mergulhado naquela aquarela. A vista da cidade desde o ponto ondulante era de não esquecer.
Porto Alegre vista de uma janela da FIC photo: j.finatto |
Devia ser eu naquela prancha, orientando o remo, olhando a face fugidia da cidade.
A tarde de sol cálido convidava pra ser feliz olhando o Guaíba e seus reflexos.
Recordo do tempo em que, na altura da Usina do Gasômetro, centro de Porto Alegre, havia uma praia onde as famílias se reuniam nos fins de tarde de verão com suas esteiras e guarda-sóis coloridos.
Lembro dos dias ali vividos e de como nos banhávamos nas águas do Guaíba. Às vezes, tinha vontade de embarcar num navio e sair pelo mundo. Sim, navios de várias bandeiras entravam e saíam do porto naquele tempo.
Beira rio. photo: j.finatto |
O homem da prancha desafia a lógica da cidade nas últimas décadas, que é ficar de costas para o rio. O homem da prancha vem nos lembrar que existe um rio e que é bom manter contato físico com suas águas. O homem da prancha desperta em nós, que estamos à margem, a vontade de deixar o rio fazer parte de nossas vidas outra vez.
Por isso é tão importante não perder tardes azuis de inverno. É isso que me digo enquanto olho a cidade abraçada pelo seu rio.
Diante do Guaíba, perto do entardecer, esse momento é um convite ao pensamento criativo, ao olhar interior, à integração com a cidade e seu ambiente, à construção de sentidos.
Viver é agora.
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Iberê Camargo:
http://ofazedordeauroras.blogspot.com.br/2012/03/ibere-camargo-e-escrita-da-solidao.html
O retrato de Iberê:
http://ofazedordeauroras.blogspot.com.br/2013/03/o-retrato-de-ibere.html
Viver é agora.
Árvore diante da FIC, na beira do Guaíba. photo: j.finatto |
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Iberê Camargo:
http://ofazedordeauroras.blogspot.com.br/2012/03/ibere-camargo-e-escrita-da-solidao.html
O retrato de Iberê:
http://ofazedordeauroras.blogspot.com.br/2013/03/o-retrato-de-ibere.html
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