Gravidade é um dos melhores filmes que vi nos últimos tempos. Dirigido pelo mexicano Alfonso Cuarón, com roteiro dele e de Jonás Cuarón, estreou em outubro passado. Tem nos papéis principais os atores George Clooney e Sandra Bullock, que interpretam astronautas num vôo nas cercanias da Terra, com a missão de reparar o telescópio Hubble.
As coisas transcorrem normalmente. O comandante Matt Kowalski (Clooney) e a engenheira biomédica Ryan Stone (Bullock) trabalham fora da espaçonave, quando, de repente, uma chuva de detritos provoca a destruição da nave e a morte dos demais tripulantes. Inicia-se então uma terrível luta pela sobrevivência por parte de Matt e Ryan.
A construção das imagens é impressionante. A seqüência das cenas nos leva ao pleno sentimento de desamparo causado pelo fato de se estar a cerca de 400 km acima da Terra, sem qualquer comunicação com os técnicos da Nasa. Os dois viajantes estão perdidos no espaço, soltos no vácuo, sem gravidade, numa região escura, povoada de silêncio. Longe do mundo num ambiente inóspito.
Ali um pedaço de metal, submetido à luz solar, chega facilmente a 260º Celsius, obrigando a utilização de espessas luvas e isolantes térmicos. Na região de sombra, a temperatura despenca para -100º C.
Nesse território obscuro, as estrelas são remotos pontos de luz. A única coisa que brilha, em suaves cores, é o nosso planeta, que surge como um doce jardim em meio ao abismo celeste. Ryan e Matt têm apenas um ao outro.
O resto é solidão e isolamento.
As imagens em três dimensões transportam o espectador àqueles confins, fazendo com que se sinta também perdido, olhando com profunda nostalgia a distante Terra. O cenário é maravilhoso e assustador.
Os astronautas estão à deriva no espaço. Náufragos do infinito, sem galho ou corda em que se segurar. Com a proximidade do fim do oxigênio armazenado no interior do equipamento e com a iminente perda de propulsão que lhes permite deslocamento, a situação torna-se dramática.
Isto é apenas um pálido rumor do que acontece. Tem muito mais.
A história faz pensar tanta coisa.
Entre os possíveis sentidos que o drama sugere, está o da imensa nuvem de solitude e precariedade que cerca aqueles que estão fora do nosso planeta, presos por um fio à vida. Fica a forte sensação de que, sozinhos, não vamos a parte alguma.
Precisamos uns dos outros em nossa precária condição de seres frágeis e pequenos num universo tão vasto quanto difícil. A aventura de viver na Terra e de explorar o espaço exige coragem e solidariedade. Não temos mais do que o outro, que, mais do que algoz, pode ser a nossa inspiração e salvação.
O filme lembra que talvez pior do que passar dificuldades aqui no planeta azul, cercado de gente por todos os lados, é ficar abandonado lá em cima, onde viver é, nas atuais condições, impossível.
As coisas transcorrem normalmente. O comandante Matt Kowalski (Clooney) e a engenheira biomédica Ryan Stone (Bullock) trabalham fora da espaçonave, quando, de repente, uma chuva de detritos provoca a destruição da nave e a morte dos demais tripulantes. Inicia-se então uma terrível luta pela sobrevivência por parte de Matt e Ryan.
A construção das imagens é impressionante. A seqüência das cenas nos leva ao pleno sentimento de desamparo causado pelo fato de se estar a cerca de 400 km acima da Terra, sem qualquer comunicação com os técnicos da Nasa. Os dois viajantes estão perdidos no espaço, soltos no vácuo, sem gravidade, numa região escura, povoada de silêncio. Longe do mundo num ambiente inóspito.
Ali um pedaço de metal, submetido à luz solar, chega facilmente a 260º Celsius, obrigando a utilização de espessas luvas e isolantes térmicos. Na região de sombra, a temperatura despenca para -100º C.
Nesse território obscuro, as estrelas são remotos pontos de luz. A única coisa que brilha, em suaves cores, é o nosso planeta, que surge como um doce jardim em meio ao abismo celeste. Ryan e Matt têm apenas um ao outro.
O resto é solidão e isolamento.
Bullock e Clooney. photo: divulgação |
As imagens em três dimensões transportam o espectador àqueles confins, fazendo com que se sinta também perdido, olhando com profunda nostalgia a distante Terra. O cenário é maravilhoso e assustador.
Os astronautas estão à deriva no espaço. Náufragos do infinito, sem galho ou corda em que se segurar. Com a proximidade do fim do oxigênio armazenado no interior do equipamento e com a iminente perda de propulsão que lhes permite deslocamento, a situação torna-se dramática.
Isto é apenas um pálido rumor do que acontece. Tem muito mais.
A história faz pensar tanta coisa.
Entre os possíveis sentidos que o drama sugere, está o da imensa nuvem de solitude e precariedade que cerca aqueles que estão fora do nosso planeta, presos por um fio à vida. Fica a forte sensação de que, sozinhos, não vamos a parte alguma.
Precisamos uns dos outros em nossa precária condição de seres frágeis e pequenos num universo tão vasto quanto difícil. A aventura de viver na Terra e de explorar o espaço exige coragem e solidariedade. Não temos mais do que o outro, que, mais do que algoz, pode ser a nossa inspiração e salvação.
O filme lembra que talvez pior do que passar dificuldades aqui no planeta azul, cercado de gente por todos os lados, é ficar abandonado lá em cima, onde viver é, nas atuais condições, impossível.
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