Jorge Adelar Finatto
photo: j.finatto |
Se parar de escrever na casa do labirinto, nesta difícil procura de claridade, se o silêncio e o medo crescerem ao meu redor como um vasto milharal habitado por estranho espantalho vestido de negro, com grossas lentes nos óculos que não ampliam a progressiva e asfixiante pequenez das coisas, esse tal que desistiu do ofício de espantar, sendo ele próprio o contumaz espantado no oblíquo território da existência, se os amigos esquecerem de me visitar nas ermas noites de inverno, se um pássaro soltar o canto no galho da araucária diante da minha janela, se essas palavras que escrevi servirem, ao menos, pra distrair o leitor (?) do problema da morte e da inefável falta de sentido da vida, eu sentirei que valeu a pena.
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Araucária vista da janela, Passo dos Ausentes.
Texto revisto, publicado em 13 de abril, 2011.
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Araucária vista da janela, Passo dos Ausentes.
Texto revisto, publicado em 13 de abril, 2011.
Adelar, de certa forma, somos espantalhos, figuras meio heroicas de um tempo de esquecimento.
ResponderExcluirPois tudo que é singelo, amorável, lírico, perde espaço para a tecnologia gélida & seus subprodutos.
Vamos, então, continuar em nosso ofício de espantar os pássaros de mau agouro, a desinformação, a cultura estereotipada, a falta de afeto, que rondam nosso milharal.
Abs.
Ricardo Mainieri
E vamos cuidar das flores e das manhãs e das tardes e das noites e de todos nós e das estrelas e dos bichos e das águas, antes que fique tudo seco. Um abraço, Ricardo.
ResponderExcluirJF