Jorge Adelar Finatto
photo: j.finatto |
Un petit espoir très féroce: c'est moi.
Robert Lalonde
Ainda não nasci
sequer faço parte da paisagem
escuto uns gritos do outro lado: não estou
a sombra é apenas o começo
do previsível caminho
que vai dar na aurora
ainda não nasci
no entanto, é para breve
celebro a vida que virá
rompendo a escuridão
explodindo em alegria
como a primavera depois do inverno
sei onde isso terminará:
flor no extremo do ramo
beleza enchendo o vazio
faço do silêncio
um grande bosque
onde borboletas passeiam
pássaros inventam a claridade
com seu canto
imagina uma faísca que, súbito, paira no ar
uma palavra procurando um oco de boca
uma pequena luz que cresce: sou eu
sequer faço parte da paisagem
escuto uns gritos do outro lado: não estou
a sombra é apenas o começo
do previsível caminho
que vai dar na aurora
ainda não nasci
no entanto, é para breve
celebro a vida que virá
rompendo a escuridão
explodindo em alegria
como a primavera depois do inverno
sei onde isso terminará:
flor no extremo do ramo
beleza enchendo o vazio
faço do silêncio
um grande bosque
onde borboletas passeiam
pássaros inventam a claridade
com seu canto
imagina uma faísca que, súbito, paira no ar
uma palavra procurando um oco de boca
uma pequena luz que cresce: sou eu
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Poema do livro O Fazedor de Auroras, Instituto Estadual do Livro, Porto Alegre, 1990.
*Uma pequena esperança feroz: sou eu. Da obra Une belle journée d'avance., de Robert Lalonde. Éditions du Seuil, Paris. 1986.
O acontecimento da vida, mesmo com todos os seus percalços, vale a pena ser percorrido. Passo a passo, noutras vezes em velocidade alucinante, é uma experiência válida.
ResponderExcluirPoema lindo como todo este livro que bem merece uma reedição.
Abraço.
Ricardo Mainieri
Meu Caro Ricardo.
ExcluirQuem sabe um dia sai uma outra edição. O livro está esgotado há muito tempo. Muito obrigado pelas palavras de estímulo.
Um grande abraço.