O cheiro da chuva. O aroma de terra molhada. O jornal El País, da Espanha, publicou matéria sobre estudos de cientistas do Instituto Tecnológico de Massachusetts (MIT) a respeito do característico odor que fica no ambiente após a chuva cair sobre a terra.
Os experts dão até nome ao aroma inconfundível: petricor. Vem das palavras gregas petros, que significa pedra, e ikhôr, que é o líquido que flui pelas veias dos deuses, conforme a mitologia grega.
Segundo os cientistas, o contato das gotas de chuva com a terra gera bolhas de ar que se projetam para cima (feito bolhas de champanhe) e explodem, liberando a fragrância captada da terra que é carregada pelo vento.
Está bem. Não vou discutir com quem sabe mais de ciência do que eu. Mas, por favor, ninguém vai me ensinar o que é o cheiro de chuva e da terra molhada. Este assunto eu conheço bem.
O cheiro de terra molhada acontecia quando os adultos saíam para o trabalho e eu ficava em casa com a avó. Começava a chover e eu corria até a janela. E via a chuva caindo sobre o pátio e o jardim.
Então subia aquele aroma de terra molhada misturado com madressilva, ou com rosas ou cravos molhados. Uma mistura doce e suave.
A vida cheirava a esperança.
A vida cheirava a esperança.
O perfume imemorial que a chuva deixa na atmosfera vem desde o início do mundo. Foi mais um dos presentes do Grande Perfumista a homens e mulheres (sempre tão distraídos da existência Dele).
Nenhum cientista vai me traduzir o que é este cálido perfume, porque pra mim ele é, antes de tudo, um sentimento.
O cheiro de chuva e terra molhada (olor a lluvia y tierra mojada) carrega toda minha infância dentro dele.
Uma bolha perfumada de felicidade.
Uma bolha perfumada de felicidade.
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