Jorge Adelar Finatto
fotos: jfinatto |
Um leitor observa que as fotografias aqui publicadas não mostram pessoas. Diz sentir muita solidão nas minhas imagens. O textos, bem. Dia sim, dia não, se aproveita alguma coisa, segundo ele.
Olhando bem, raro leitor, verá que existem pessoas, sim, nas fotos. Mas o que eu posso fazer se elas se escondem atrás de árvores, deitam-se no algodão branco das nuvens, viram pássaros, flores, estátuas, peixes? Ou simplesmente desaparecem na neblina?
Algumas valem-se de sutil artimanha e afundam-se em repentinos penhascos, embrenham-se em densas ramagens. Outras, talvez mais tímidas, tornam-se invisíveis sob côncavas umbelas, capelos e guarda-chuvas.
De qualquer forma, as pessoas estão lá quando fotografo. Só que, depois, por alguma misteriosa porta, saem de cena sem avisar, passando incômoda sensação de ausência.
Os textos, bem. Não sei dizer quanto valem, se é que valem. Mas me apraz saber que, dia sim, dia não, o perspicaz e exigente leitor passa por aqui para julgá-los e, quem sabe até, de vez em quando, os absolve.
O importante é não perder o sentimento da coisa.
Estranho. Talvez por egoismo, ou desatenção, me encanto com as imagens, como com um presente só para mim. E se as pessoas se escondem, é porque são extremamente gentis, pois querem que o expectador participe igualmente de toda a beleza que há em volta.
ResponderExcluirTalvez por problema de visão, certas imagens me escapam. Quando penso que estão lá, não estão mais. Outras vezes aparecem sem que as tenha visto. A minha máquina - a Coruja - não é exatamente um primor de tecnologia. Como eu não sou um primor de fotógrafo. As coisas escapam. Mas faz tempo que abandonei a ideia de abraçar o mundo. O mundo é muito grande. Ainda bem que também se vê com o coração, não é? Um abraço, Marina.
ExcluirTenho um apreço muito grande por fotografias onde a natureza comunga com o silêncio. Tuas fotos parecem retratar este momento de beleza e solidão. Quanto aos textos são dotados de uma poesia melancólica e comovente. Retratam certo menino que mora em ti e vê com olhos, ainda esperançosos, o que o homem vai fazendo com a Natureza interna e externa. Pero sin perder la ternura. Abraço do Ricardo Mainieri
ResponderExcluirUm pouco mais de justiça, um pouco mais de educação, um pouco mais de honestidade, um pouco mais de trabalho, um pouco mais de oportunidades, um pouco mais de respeito ao outro, um pouco mais de igualdade, um pouco mais de ternura, um pouco mais de cordialidade, um pouco mais de delicadeza, um pouco mais de perdão e alegria. Tristes tempos estes que vivemos. Nunca vi uma realidade tão violenta em nosso país, tão distante da esperança. E, no entanto, não podemos viver sem ela. E sem continuar acreditando nos valores humanos. Um grande abraço, Ricardo.
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