Juan Niebla me acompanhou até a minúscula estação de ônibus de Passo dos Ausentes na partida. Veio batendo bengala pela calçada. O sobretudo negro, a cabeleira branca e desgrenhada ao vento, os óculos escuros, dão-lhe, às vezes, um ar espectral. Costumo dizer-lhe que ele é o meu fantasma predileto. Ele agradece e diz, irônico, que se sente envaidecido.
De pé ao lado da minha janela no ônibus, disse: "Não esqueça. Existem dois tipos de pessoas: as que têm saúde e as que têm problemas de saúde. As primeiras devem aproveitar o momento e fazer o melhor que puderem. As outras precisam acreditar que tudo vai melhorar." Juan é assim.
Vou levar-lhe um equipamento novo para o chimarrão, de Montevideo, cuia, bombilha e garrafa térmica.
Sábado foi dia de visitar o Museo Juan Manuel Blanes com seu acervo de obras do grande artista uruguaio. Há também pinturas de Pedro Figari, outro expoente das artes plásticas no Uruguai.
O museu possui um bonito parque ao seu redor com muitas árvores e recantos. E um pátio interno encantador, onde se pode sentar a admirar as carpas coloridas no amplo tanque central. Sobre o trabalho de Blanes - sua qualidade e sua importância - já escrevi aqui no blog.
Para quem vem do Brasil, o Uruguai tornou-se um país muito caro, os preços são exasperantes. O problema não é o Uruguai, mas a brutal desvalorização do real em relação às outras moedas, tendo o dólar como principal parâmetro. Tudo ficou muito difícil para o brasileiro nas viagens ao exterior.
Apesar de tudo, Montevideo é uma referência literária, artística e humana importante e sempre vale a pena. Como resistir a comprar alguns livros, discos, jornais e revistas, mesmo com os preços salgados? Não dá. Afinal, estamos na pátria de Onetti, Vilariño, Lautréamont, Zitarrosa, Juan Manuel Blanes, Pedro Figari, Galeano, Benedetti, Morosoli e tantos outros.
Museo Juan Manuel Blanes, Montevideo. photo: jfinatto |
Para quem vem do Brasil, o Uruguai tornou-se um país muito caro, os preços são exasperantes. O problema não é o Uruguai, mas a brutal desvalorização do real em relação às outras moedas, tendo o dólar como principal parâmetro. Tudo ficou muito difícil para o brasileiro nas viagens ao exterior.
Apesar de tudo, Montevideo é uma referência literária, artística e humana importante e sempre vale a pena. Como resistir a comprar alguns livros, discos, jornais e revistas, mesmo com os preços salgados? Não dá. Afinal, estamos na pátria de Onetti, Vilariño, Lautréamont, Zitarrosa, Juan Manuel Blanes, Pedro Figari, Galeano, Benedetti, Morosoli e tantos outros.
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