Jorge Finatto
Vista do vale em Jungfraujoch, Suíça. photo: jfinatto |
Chegar à estação de trem mais alta da Europa, em Jungfraujoch, no cantão de Berna, Suíça central, requer paciência e fé. E uma alma aberta para encontrar esse tipo singular de beleza. Um pouco de jogo de cintura é importante para encarar a subida por estradas de ferro sinuosas e a pique, entre as altas e álgidas montanhas alpinas.
Um velho e bom capote é indispensável. Este item, aliás, não é problema para quem vem de Passo dos Ausentes, como eu, terra de grossos e impermeáveis casacões de lã, tecidos na mais que secular manufatura local. Os tradicionais agasalhos ausentinos são imprescindíveis para enfrentar os furiosos ventos austrais que nos assolam naquela boa terra, assim como as chuvas, as geadas, os nevoeiros e nevascas.
photo: www.swisstravelsystem.com/pt |
Encasacado e a bordo do vetusto chapéu azul-marinho, saí do hotel e fui até a estação de trem da pacata Interlaken (pouco mais de 5 mil habitantes). São necessários 3 trens para chegar a Jungfraujoch.
Embarquei no primeiro que vai escarpas acima até Lauterbrunnen. Aí pega-se outro que nos leva a Kleine Scheidegg. Por fim, o terceiro comboio se dirige a Jungfraujoch, passo entre as montanhas de Jungfrau e Mönch, onde está a estação de trem do topo da Europa.
Para subir os 3.454 metros de altitude, é necessário trem de cremalheira, isto é, com roda dentada central para engrenar no trilho dentado no meio dos trilhos, única maneira de vencer a íngreme subida. Do contrário, a composição voltaria para trás ou simplesmente não iria adiante.
No meio do caminho, há paradas em locais de ampla visão para fazer fotos. Lá enfim chegando, me aventurei a sair da estação e enfrentar a neve e o gelo escorregadio naquelas alturas. Fazia um frio de 26ºC negativos e ventava. Fiz algumas fotos, em poucos minutos, e retornei para tomar um chocolate quente.
Esperei, retomei o fôlego e saí novamente. Fiquei mais alguns momentos catando imagens, olhando as montanhas a perder de vista, nos quatro cantos, cobertas de níveo chantili. Só não é mais bonito do que os paredões dos Campos de Cima do Esquecimento.
As mãos e o rosto congelados, voltei à estação de onde não mais saí, enovelado dentro do capote ausentino, esperando o trem de retorno. Uma linda moça oriental perguntou se eu queria que ela fizesse uma foto minha diante da janela (onde eu estava sentado) que dá para o vale gelado. Concordei, claro. Por um desses mistérios que nunca entendi, não apareço em fotos nem em retratos (sou invisível talvez). Mas isso também não importa. Importa é a vista do lugar desenhada em finos e inspirados traços por Deus.
Embarquei no primeiro que vai escarpas acima até Lauterbrunnen. Aí pega-se outro que nos leva a Kleine Scheidegg. Por fim, o terceiro comboio se dirige a Jungfraujoch, passo entre as montanhas de Jungfrau e Mönch, onde está a estação de trem do topo da Europa.
Visão a partir de Jungfraujoch. photo: jfinatto |
Para subir os 3.454 metros de altitude, é necessário trem de cremalheira, isto é, com roda dentada central para engrenar no trilho dentado no meio dos trilhos, única maneira de vencer a íngreme subida. Do contrário, a composição voltaria para trás ou simplesmente não iria adiante.
Observatório de Sphinx em Jungfraujoch. photo: jfinatto |
No meio do caminho, há paradas em locais de ampla visão para fazer fotos. Lá enfim chegando, me aventurei a sair da estação e enfrentar a neve e o gelo escorregadio naquelas alturas. Fazia um frio de 26ºC negativos e ventava. Fiz algumas fotos, em poucos minutos, e retornei para tomar um chocolate quente.
Esperei, retomei o fôlego e saí novamente. Fiquei mais alguns momentos catando imagens, olhando as montanhas a perder de vista, nos quatro cantos, cobertas de níveo chantili. Só não é mais bonito do que os paredões dos Campos de Cima do Esquecimento.
As mãos e o rosto congelados, voltei à estação de onde não mais saí, enovelado dentro do capote ausentino, esperando o trem de retorno. Uma linda moça oriental perguntou se eu queria que ela fizesse uma foto minha diante da janela (onde eu estava sentado) que dá para o vale gelado. Concordei, claro. Por um desses mistérios que nunca entendi, não apareço em fotos nem em retratos (sou invisível talvez). Mas isso também não importa. Importa é a vista do lugar desenhada em finos e inspirados traços por Deus.
Subida a Jungfrau. photo: jfinatto |
Gosto muito como você relata a Suíça!um abraço!����❤
ResponderExcluirMuito obrigado!
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