Jorge Finatto
A hora mais deserta é a madrugada, quando Alberto Bruma das Horas só ouve a respiração das coisas e todas as pálpebras se fecharam, menos as dele.
Sentado no telhado, sentado no corredor, sentado no quarto (do lado da janela), sentado embaixo da claraboia, sentado no banco da estação de trem, sentado no escritório (tão perto das estantes que ouve o rumor das palavras).
Está provisoriamente longe dos livros (ele que sempre amou o cheiro do papel, a textura das capas e das folhas).
Sofre a nostalgia da claridade perdida. Uma vaga luminosidade o habita. Não pode fotografar o mundo como antes. As folhas, as árvores, os caminhos de terra, as flores, as montanhas, os vales, os córregos: bruma.
O muro de taipa dorme na tarde fria e silenciosa de junho. Ocres e azuis renascentistas. Outono. Tudo tão distante.
Em meio à névoa, ele respira jasmins, camélias, orquídeas e magnólias do jardim da casa interiorana.
Ouve a conversa dos passarinhos, cantando, voando num lugar que mais parece uma pintura de Raffaello Sanzio. As nuvens brancas como algodão num profundo azul.
As pinhas arredondam nos pinheiros. De certa forma, está vendo outra vez.
O belo mundo das coisas entra pelos olhos da alma.
Ouve a conversa dos passarinhos, cantando, voando num lugar que mais parece uma pintura de Raffaello Sanzio. As nuvens brancas como algodão num profundo azul.
As pinhas arredondam nos pinheiros. De certa forma, está vendo outra vez.
O belo mundo das coisas entra pelos olhos da alma.
Brumas que não conseguem cegar os olhos d'alma e esta a tudo percebe sempre entregue à poesia. Lindo seu texto e refleti junto. Abraços.
ResponderExcluirUm grande abraço, Neusa, pelas lindas palavras. E muito, muito obrigado. Jorge
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