Jorge Finatto
photo: jfinatto |
Estive nas cercanias do ARROIO DILÚVIO perto do Guaíba. Conversando com gente que anda por ali, fiquei sabendo que ainda existem peixes em suas águas. Águas que atravessam uma parte da cidade carregando muita poluição, esgotos, móveis velhos, animais mortos, tudo que se possa imaginar. O Dilúvio nasce numa vertente limpa de mata para os lados de Viamão e desemboca no Guaíba. Há atualmente um trabalho no sentido de recolher esses detritos antes que cheguem ao rio.
Quando vim morar em Porto Alegre, aos sete anos, a orla do Guaíba tinha muitas praias que com o tempo foram extintas devido à poluição. A minha era ali na altura da Usina do Gasômetro, hoje Parque Harmonia. Aquela região foi recuperada em belo projeto do arquiteto paranaense Jaime Lerner. Mas as águas continuam poluídas.
O Guaíba é mais que um cartão-postal em minha/nossas vidas. É um ser vivente que nos alimenta e encanta com sua formosa visão até a Lagoa dos Patos. Há que tratar os esgotos, os resíduos, educar a população, estimular amor e cuidado.
O Dilúvio haverá de ser saneado um dia. Será amado como precisa e merece um ser vivo. Durante meu deslocamento por suas margens, vi um bando de biguás numa árvore. Vi também garças e gaivotas. Eles são a prova de que existem peixes no riacho, seu alimento. Existe vida. Ainda é tempo.
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