photo: jfinatto
domingo, 30 de janeiro de 2022
quinta-feira, 27 de janeiro de 2022
As rosas de Rilke
Jorge Finatto
photo: jfinatto |
A rosa era a flor preferida do poeta Rainer Maria Rilke (1875-1926). No quintal do Castelo de Muzot, no Cantão do Valais, Suíça, cultivava rosas.
Neste lugar ele viveu os últimos anos e concluiu as Elegias de Duíno. As roseiras estão lá até hoje e podem ser vistas da estrada (não é permitida a visitação).
As rosas têm vida efêmera e são frágeis. Mas no escasso tempo de sua passagem pelo mundo, quanto perfume, quanta beleza, quanto consolo e inspiração oferecem.
domingo, 23 de janeiro de 2022
Vírus e guetos
Jorge Finatto
photo: jfinatto |
O vírus da covid-19 e suas variantes não serão eliminados por barreiras sanitárias como aquelas que fazem contra países africanos.
Trata-se de medidas desesperadas e inócuas que, no máximo, retardam a contaminação. Vírus não respeitam fronteiras e sempre dão um jeito de escapar das filas de imigração dos aeroportos.
As farmacêuticas e os países desenvolvidos devem, isto sim, fazer um concerto no sentido de levar a vacinação a nações pobres da África e de outros continentes. Enquanto houver uma comunidade a descoberto todo o planeta estará em risco.
O velho e odioso recurso de reduzir a guetos nações periféricas, deixando que se exterminem por falta de acesso a produtos farmacêuticos, não funciona mais.
Nestes tempos de pandemia e globalização, o famoso pau que dá em chico, mais dia, menos dia, dá em francisco. A indústria das vacinas provavelmente nunca ganhou tanto dinheiro como agora. Não custa nada auxiliar os países carentes com doação de imunizantes.
A cooperação internacional não é uma questão de solidariedade apenas, mas de sobrevivência inclusive para os ricos. É o óbvio que precisa ser dito.
quinta-feira, 20 de janeiro de 2022
É preciso recomeçar tudo
sexta-feira, 14 de janeiro de 2022
Bibliotecas
Jorge Finatto
Tantos livros me assustam
trago uma ignorância milenar
guardada num lugar
claro do meu ser
trago uma ignorância milenar
guardada num lugar
claro do meu ser
uma ignorância - ou a sabedoria -
do sol às 7 da manhã
do sol às 7 da manhã
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Poema do livro Claridade, co-edição Prefeitura Municipal de Porto Alegre e Editora Movimento, Porto Alegre, 1983.
segunda-feira, 10 de janeiro de 2022
Miragem no caminho
Jorge Finatto
Livraria Miragem. photos: jfinatto |
Livraria Miragem, São Francisco de Paula, Campos de Cima da Serra. Um lugar encantador pra quem ama livros e busca distanciamento da insuportável realidade brasileira. Além do bom acervo de literatura, artesanato e objetos de arte, pode-se olhar tudo com calma nos 3 andares do bonito casarão. Sem pressa, sem multidão, com direito a momentos de boa solidão entre as estantes. Lá estive ontem com o querido filho Lorenzo, passando algumas horas longe dos meus indefectíveis fantasmas. Comprei "Outras Cores", excelente livro de Orhan Pamuk.
Perguntaram-me o que eu mais quero em 2022. Eu quero continuar caminhando entre os pinheiros por essas estradas de chão batido, bebendo nos córregos, levando alguns livros no alforje, a luneta e a bússula. O chapéu de palha coberto de sol de dia e de sereno e estrelas à noite junto ao fogo. Voltei aos 17 como na bela canção de Violeta Parra.
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