sexta-feira, 3 de maio de 2024

Querência em transe

                                             Jorge Finatto

                                    

Nunca presenciei uma situação como essa. Por força da profissão trabalhei em várias cidades do Rio Grande do Sul, algumas delas no interior profundo. Experimentei diversos ambientes e climas. Mas jamais vi tempestades em seqüência por todo o Estado como as desta semana.

Nesta sexta-feira, faz seis, sete dias que convivemos com chaparrões e sua profusão de raios, relâmpagos, trovões, enchentes, desmoronamentos, interrupção de estradas, soterramentos de casas e pessoas.  Mortes.

Também nunca tinha ficado  isolado,  sem poder ir para outras cidades em função da destruição de estradas. Mas isso neste momento é o de menos. A tristeza está no fato de ver tantas pessoas desalojadas de suas casas e muitas outras desaparecidas, feridas ou mortas. Nem vou falar do trauma psicológico.

A crise climática é um fato presente aqui e em outros lugares. A "culpa" não é da natureza, mas da conduta humana. As piores previsões estão se confirmando.

Provavelmente chegamos, no planeta, a um ponto sem retorno. Ou alguém acredita no bom senso  e nos bons sentimentos dos líderes mundiais? Mas a vida é hoje, e devemos fazer o que for possível para salvar a querência amada do Rio Grande do Sul, e nós, seus  sofridos habitantes.

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