Zero Hora, 1° dezembro, 2025.
"Foto de Jorge Finatto que agradece ao vizinho desconhecido que 'teve a fineza' de cultivar essa orquídea" na rua.
a vida de todos os dias, a que eu sempre quis {textos e imagens: Jorge Finatto}
Zero Hora, 1° dezembro, 2025.
"Foto de Jorge Finatto que agradece ao vizinho desconhecido que 'teve a fineza' de cultivar essa orquídea" na rua.
Segue uma resenha de meu livro O Fazedor de Auroras (1990) no site proximolivro.net:
"O Fazedor De Auroras (Colecao Noventa) (Portuguese Edition)
Jorge Adelar Finatto
A obra O Fazedor De Auroras de Jorge Adelar Finatto é uma joia literária que nos conduz através das nuances da alma humana, revelando um universo pulsante de emoções e reflexões. Com suas apenas 86 páginas, este pequeno grande livro se transforma em um imenso oceano de ideias que desafiam e provocam o leitor de maneira intensa e impactante.
Ao folhear suas páginas, somos confrontados com a fragilidade e a força que habitam em nós. Finatto, com sua pena afiada, desbrava os caminhos da esperança e do desespero, criando uma narrativa que se entrelaça com a própria essência da existência. Cada parágrafo é repleto de lirismo e profundidade, uma dança poética que cativa o leitor e o obriga a olhar para dentro de si mesmo. As metáforas que se esparramam pelo texto nos fazem sentir, quase fisicamente, o peso de cada aurora que se faz nascer nas entrelinhas da vida cotidiana.
As opiniões sobre a obra variam, proporcionando um rico mosaico de interpretações. Há quem afirme que Finatto é um verdadeiro maestro das palavras, orquestrando sentimentos com a maestria de um artista renascentista. Por outro lado, alguns críticos argumentam que sua linguagem poética pode ser excessivamente densa para quem busca uma leitura mais direta. Contudo, essas críticas apenas ressaltam a complexidade e a singularidade dessa obra, que não se destina a todos, mas sim àqueles que estão prontos para mergulhar em uma jornada interna de autodescoberta.
O contexto em que O Fazedor De Auroras foi escrito também adiciona uma camada extra de significado. Publicada em 1989, a obra surge em um Brasil em transformação, onde os ecos da ditadura ainda ressoavam e a sociedade buscava uma nova identidade. Finatto captura o espírito de um tempo em que a liberdade e a esperança se entrelaçavam, alicerçando-se nas experiências coletivas de um povo que se levantava, mesmo em meio à adversidade.
A genialidade de Finatto está em seu poder de ressoar nas mentes e corações dos leitores. Como uma aurora que quebra a escuridão da noite, seus textos têm o potencial de iluminar e trazer conforto às almas perdidas. Ao final da leitura, você se verá imerso em um fluxo de pensamentos e reflexões que podem obrigá-lo a repensar suas próprias auroras pessoais.
Não perca a chance de se deixar levar por essa obra que provoca, emociona e transforma. O Fazedor De Auroras pode ser exatamente o que você precisa para reacender a chama da esperança que, por ventura, pode ter se apagado em meio aos desafios da vida. Então, prepare-se para redescobrir a beleza e a força que existem em cada amanhecer que você tem o privilégio de testemunhar. Transcenda - e que as auroras que nascem com você sejam mais vibrantes do que nunca." 🌅
📖 O Fazedor De Auroras (Colecao Noventa) (Portuguese Edition)
✍ by Jorge Adelar Finatto
🧾 86 páginas
1989
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| Jf |
Absolutamente revoltante o que o governo de Israel faz com os palestinos na Faixa de Gaza. A desnutrição e mortandade de civis, principalmente crianças, com sucessivos borbardeios e impedimentos de ações humanitárias, são uma violência contra a humanidade.
Se querem combater terroristas, por ser seu direito, que o façam com inteligência e recursos militares apropriados, que não levem à destruição do povo palestino, que a esta altura é vítima de ambos os lados. Acredito que os judeus, em sua grande maioria, não aceitam esse estilo de "guerra" do governo israelense.
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| Jf |
Jorge Finatto
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| Snow |
Foi notícia há alguns anos. O caso de um pescador que encontrou um pingüim-de-Magalhães, da patagônia, caído na areia. Estava passando mal, coberto de óleo. O pescador João recolheu-o, levou para casa e passou dias e dias limpando. Conseguiu salvá-lo. Desenvolveu-se então uma grande amizade entre eles que evoluiu para amor. O pescador deu-lhe um nome: Dindim.
O fato aconteceu num lugar paradisíaco, numa ilha de Angra dos Reis, Rio de Janeiro. O pingüim tornou-se membro da casa. Depois partiu. Após alguns meses voltou para rever o amigo, numa viagem estimada em oito mil km, desde a Patagônia. Fez isso durante anos. Um dia não voltou mais, não se sabe bem por quê. João não perdeu a esperança de vê-lo sair do mar para um abraço outra vez.
Essa é apenas uma das histórias que ilustram o forte sentimento que pode haver entre pessoas e animais. Creio que eles têm um tipo especial de inteligência, são corajosos e capazes de amar incondicionalmente seus amigos humanos, amparando-nos e divertindo-nos. Coisa que não se vê em muitos seres - ditos - humanos.
Maltratar animais, além de crime, é um péssimo sinal de caráter.
Eu tenho um cãozinho que é a minha alegria, o Gambelinho. Impressionante sua capacidade de perceber coisas que estão fora do nosso alcance. E traz energias boas à família.
São seres que têm uma missão no mundo. E, como nós, têm alma.
Jorge Finatto
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| Wikipédia Korea. net |
Na minha visão um tanto pessimista, o Papa Francisco não melhorou o mundo. Talvez não seja justo esperar de alguém tal proeza (mesmo que seja o Papa e que esse Papa seja Francisco). A Igreja Católica é uma organização altamente complexa e problemática, ao contrário dos Evangelhos que são, na essência, bastante simples.
Francisco transmitiu humildade, coragem, senso de humor, empatia, alegria de viver mesmo diante das dores do mundo. Era argentino, descendente de imigrantes italianos.
Jorge Finatto
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| photo: Clara Finatto, 16.03.25 |
Jogo
de damas
O
vento sopra entre as paredes da tapera. As janelas batem sobre o horizonte
vazio. As xícaras de latinha entornam silêncio. Os fantasmas jogam damas no telhado.
O esquecimento devora tudo. A vida é amargamente engraçada.
Mas
em que mundo tu vive*
José
Falero é um escritor que me entusiasma. O que não é pouco já que estou meio que
largando o hábito de monge da literatura. O que me interessa é a escrita. Falero tem idade de novo (38) e uma escrita
que o coloca entre os melhores que tenho lido. Um texto que faz bem
porque fala direto ao coração e à consciência com simplicidade joão-gilbertiana.
Não rende tributo a intelectualismos ocos nem sintaxes asfixiantes. Traz a
palavra nascida do mais profundo cotidiano. Antirracista, irônico, duro, humano, sem esquecer a alegria e a poesia da vida. Trabalhou como auxiliar de pedreiro,
funcionário de supermercado, porteiro de edifício, palhaço em peça de teatro, toca cavaquinho, entre outras ocupações. Mas creio que o ofício que mais lhe cai
bem é mesmo o de escritor, porque fala por ele e por muita outra gente que não
tem voz nem vez. Escrevendo assim, estimula a que muitos escrevam também. E delicia quem ama a boa palavra nos livros.
*Crônicas
de José Falero, Editora Todavia, 2021.
Aurelião
Durante
alguns anos fui revisor de livros, profissão essencial e pouco valorizada.
Sempre trabalhei com obras de consulta. Entre elas, aquela a que mais me afeiçoei foi
o Aurelião, companheiro de infindáveis horas fechado em salas inóspitas. Ao
percorrer caminhos do léxico muitas vezes encontrei palavras-viagem, e nelas viajei
muito além das solitárias quatro paredes.
Outono
O outono chega na semana que agora entra. Caminhando, vou ler o que dizem as folhas amareladas. A bananeira lá de casa me lembra amorosamente o poeta Matsuo Bashô. Porque se parece com ele. Bom outono a todos.
JF.
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| photo: jf |