Jorge Adelar Finatto
Se encontrares por aí
um guarda-chuva perdido
toma-o na mão
e leva-o contigo
perdeu-o
sem querer
na casa do vento
não o abandones
por favor
na neblina
do oblívio
acolhe esse amigo
que foi esquecido
num banco de praça
na tarde vazia
de um domingo
oferece-lhe
afeto e abrigo
um dia talvez
ele partilhará
a longa solidão
do inverno
contigo
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Fotos: J.Finatto
Adelar fizeste um excelente ensaio fotográfico, quase fico a não comentar o poema.
ResponderExcluirUm escritor, chamado Antônio Mariano, de João Pessoa, tem um livro chamado: Guarda-chuvas esquecidos. Os guardas-chuvas não são, apenas, de interesse dos Achados e Perdidos...
Quanto ao poema, usates o recurso da prosopopéia, dando vida a este ente discreto, mas extremamento necessário.
O conjunto imagens e poema ficou, extremamente, harmonioso.
Abraço.
Ricardo Mainieri
PS - Tem poema meu no blog sobre o Clube na Esquina.