Jorge Adelar Finatto
A minha paixão por barcos e navegações sempre me leva a cidades de mar ou rio. Sou um bicho das águas.
O sonho menino de tornar-me marinheiro jamais me abandonou. Por isso, talvez, essa busca recorrente pelas águas e por embarcações.
A nostalgia dos barcos não sai do meu coração.
Em Coimbra, existe um barco de passageiros com o nome de Basófias, fundeado no pequeno cais, perto do centro da antiquíssima cidade portuguesa.
Resolvi um dia ir ao encontro do Basófias e fazer um passeio pelo Mondego, o rio que me faz sentir saudades de todos os rios do mundo.
Numa das vezes, o barco estava em manutenção; noutra, não havia passageiros além de mim; numa outra ainda, o tempo mau não permitiu levantar âncora.
De certa forma, o Basófias é a metáfora da existência de muitos.
Dele me enterneço, porque é o retrato de tantas vidas que ficam à margem, esperando no cais, esperando por uma viagem que nunca acontecerá.
O fato de ter nascido e de viver numa cidade serrana é apenas uma das contradições que me definem.
O sonho menino de tornar-me marinheiro jamais me abandonou. Por isso, talvez, essa busca recorrente pelas águas e por embarcações.
A nostalgia dos barcos não sai do meu coração.
Em Coimbra, existe um barco de passageiros com o nome de Basófias, fundeado no pequeno cais, perto do centro da antiquíssima cidade portuguesa.
Resolvi um dia ir ao encontro do Basófias e fazer um passeio pelo Mondego, o rio que me faz sentir saudades de todos os rios do mundo.
Ocorre que, nas três ocasiões em que fui ao cais, não consegui realizar a navegação.
Numa das vezes, o barco estava em manutenção; noutra, não havia passageiros além de mim; numa outra ainda, o tempo mau não permitiu levantar âncora.
Em suma, para meu desencanto, nunca consegui navegar no Basófias. A nave permaneceu, no meu imaginário, como um barco que jamais saiu do cais.
photo: j.finatto. Coimbra |
A tripulação do Basófias é composta por marinheiros uniformizados a rigor, afáveis no trato. A pose e o orgulho náutico não deixam dúvida de que estamos diante de calejados navegadores.
Às vezes, fico pensando.
O Basófias, nas amarras que o impedem de lançar-se ao rio e realizar o destino para o qual nasceu, é o barco mais triste do mundo.
Mas não deixa de ter sua graça a imóvel embarcação.
De certa forma, o Basófias é a metáfora da existência de muitos.
Dele me enterneço, porque é o retrato de tantas vidas que ficam à margem, esperando no cais, esperando por uma viagem que nunca acontecerá.
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Fotos: J.Finatto. Imagens de Coimbra, Portugal.
Da próxima vez que eu for até Coimbra, vou tentar embarcar no "seu" Basófias. Não para que me inveje, mas para que não perca a vontade de se fazer ao rio. Qualquer que ele seja.
ResponderExcluirRita Pimenta
A metáfora do navegador, o homem que tem o leme e a direção de sua vida, longe da faina diária e imerso nas águas profundas...
ResponderExcluirLembrei de Antônio Cícero, irmão de Marina Lima, grande letrista e poeta e sua canção Maresia:
"Ah, se eu fosse marinheiro
Seria doce o meu lar
Não só o Rio de Janeiro
A imensidão e o mar
Leste Oeste Norte e Sul
Onde um homem se situa
Quando o sol sobre o azul
Ou quando no mar a lua
Não buscaria conforto
Nem pensaria em dinheiro
Um amor em cada porto
Ah, se eu fosse marinheiro"
Abraço.
Ricardo Mainieri
A vida da gente e o navegar são sem dúvidas metáforas que se complementam. Como nos diz Paulinho da Viola: "Faça como o velho marinheiro/ Que durante o nevoeiro / Leva o barco devagar". Navegar é preciso! Abs, Lorenzo
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