quinta-feira, 4 de março de 2010

A face do amanhecer

Jorge Adelar Finatto




A palavra é claridade na casa escura.
Que barulho é esse no corredor?
São os passos perdidos de quem não voltou.
Há um lírio cortado na mão do arlequim.
O sangue brota do ventre frio da solidão.
Que agonia é essa subindo a escada?
São as correntes da memória arrastando a dor.
Quando a janela se abrir, haverá talvez uma flor.
A palavra tece a face do amanhecer.


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Foto: J. Finatto

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