Jorge Adelar Finatto
Ninguém lê meus poemas
sequer a família
com meus versos se amola
os outros têm afazeres diversos
toda hora
recebo o poema
como um ser
que apareceu
na minha porta
nesse dia
eu escrevo para uma sala vazia
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Do livro O Fazedor de Auroras, Instituto Estadual do Livro, Porto Alegre, 1990.
Foto: J. Finatto. Colonia del Sacramento, Uruguai.
Quando se escreve, por vezes, temos a sensação de praticar um ato solitário e sem espectadores.
ResponderExcluirNo entanto, mediante a qualidade, o individual vira geral e o regional vira universal.
A boa literatura passa de mãos em mãos, de tela em tela, de voz em voz, formando um ciclo positivo.
No fundo, acabamos criando um espelho para outras almas anônimas se identificarem.
Assim, estará completa a função da poesia que é, de certo modo, despertar o outro de seu estado de "normose", levando à reflexão ou a práxis afetiva.
Abraço.
Ricardo Mainieri
Oiêêê!!!!
ResponderExcluirEu li e gostei.
bom finde
abçs
Márcia