Jorge Adelar Finatto
A vida é assim. As mãos que plantam nem sempre são as que colhem. O semeador cultiva o alimento e a beleza que muitos vão aproveitar. Quantos se beneficiam do aroma das flores que mãos anônimas semearam na via pública? E quantos matam a fome graças ao trabalho imenso dos que vão ao campo deitar sementes à terra?
Os anônimos fazem o moinho do mundo girar.
Os anônimos fazem o moinho do mundo girar.
Na minha rua, por exemplo, alguém teve a grande gentileza de plantar primaveras. Nesta época, os arbustos cobrem-se de pequenas flores azuis e brancas, exalam o denso perfume que faz a felicidade de quem caminha na calçada.
Na mesma minha rua, existem também palmeiras. E buganvílias, sim, buganvílias.
Agora o vento chega do rio. Traz notícia de barcos e peixes em movimento. Carrega junto a vontade de viajar e esquecer, que às vezes aparece como sol entre nuvens.
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Fotos: J. Finatto
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