Jorge Adelar Finatto
Claudionor, o Anacoreta, recebeu-nos como irmão na sua caverna no Contraforte dos Capuchinhos. Fazia um frio de - 2º . Dormimos em volta do fogo armado no chão. Não foi possível observar o céu com o famoso telescópio do nosso anfitrião, por causa da espessa névoa. Nas noites claras, ele costuma mirar o universo à procura de sinais de Deus.
Pelas cinco e meia da manhã, Claudionor preparou o café, passado como antigamente, em saco de pano, a chaleira de água fumegando. O pão que ele faz não tem nada parecido neste mundo. Depois da oração (de mãos dadas, como quer Claudionor) e do abraço, embarcamos, Juan Niebla e eu, no Besouro Vermelho e seguimos viagem.
Niebla não precisa que o conduzam, anda por todo lugar com seus secretos sensores e sua bengala. O comprido capote preto, os óculos escuros, redondos, de tartaruga, o bandoneón pendurado no ombro e uma rara sensibilidade fazem dele um ser único.
Pelas cinco e meia da manhã, Claudionor preparou o café, passado como antigamente, em saco de pano, a chaleira de água fumegando. O pão que ele faz não tem nada parecido neste mundo. Depois da oração (de mãos dadas, como quer Claudionor) e do abraço, embarcamos, Juan Niebla e eu, no Besouro Vermelho e seguimos viagem.
Niebla não precisa que o conduzam, anda por todo lugar com seus secretos sensores e sua bengala. O comprido capote preto, os óculos escuros, redondos, de tartaruga, o bandoneón pendurado no ombro e uma rara sensibilidade fazem dele um ser único.
A estrada que desce até São Francisco de Paula tem uma inclinação severa e perigosa. A visão deslumbrante do encontro dos Campos de Cima do Esquecimento com os Campos de Cima da Serra entontece o viajante. Entusiasmado com a abertura da exposição de fotografias, na tarde de hoje, em Gramado, Niebla tocou algumas músicas durante o percurso, dentro do side-car.
Dois loucos viajando num motociclo musical pelas sinuosas estradas da serra. Andamos com a cara no frio, rasgando o vento. Coração aceso.
Retratos são esses instantes efêmeros, pedaços de vida, recolhidos num luminoso olhar.
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Foto: J. Finatto, da exposição Retratos. Abertura hoje, 18h, na Cafeteria Bello Gusto, Gramado, Av. Borges de Medeiros, 2193, centro.
Adelar e suas cidades invisíveis e seus personagens refratários ao tempo.
ResponderExcluirFalastes em Chet num comentário, pois bem tem um poema para o rebelde do trompete que soava macio em meu blog.
Quando puder, confira.
Abraço e bom feriadão.
Ricardo Mainieri