Jorge Adelar Finatto
A caminhada polifônica destina-se não apenas ao exercício do corpo como à indispensável atenção às coisas do espírito.
A observação dos seres vivos e da paisagem, a aproximação estética e sensorial da mãe natureza, a respiração do ar limpo e fresco nas manhãs (ou tardes), a descoberta de inefáveis epifanias durante o percurso, tudo isso faz parte da polifonia andante.
A observação dos seres vivos e da paisagem, a aproximação estética e sensorial da mãe natureza, a respiração do ar limpo e fresco nas manhãs (ou tardes), a descoberta de inefáveis epifanias durante o percurso, tudo isso faz parte da polifonia andante.
Andava eu nas cercanias do Lago da Neblina, em Passo dos Ausentes, prevenido com a invencível Coruja, a vetusta máquina fotográfica que me acompanha.
Os gansos desistiram de acusar a minha presença. Sabem que sou apenas um caminhante que está só de passagem, um sujeito inofensivo, que anda a bordo de um chapéu de palha branco, com grossas e estapafúrdias lentes nos óculos, catando o invisível.
Um indivíduo assim não oferece risco à fauna e à flora, quiçá a si mesmo.
Nas margens e dentro do lago existe vida pulsante. Estava eu olhando o vazio (essa maneira de encontrar, talvez, o inesperado) quando ouvi um vago rumor na água.
Foi quando me apareceu o amigo (ou amiga) dessas fotos.
Um peixe branco, a boca pintada de vemelho, com traços coloridos espalhados pelo corpo, cerca de 1 metro de comprimento, passou a navegar perto de mim.
Tive a impressão de que sabia da sessão de fotos, ao menos não poupou poses e movimentos. Chegou-se mais para a beira, mas não tão próximo que não pudesse ativar um plano emergencial de fuga caso isso fosse necessário. Não foi.
Foi quando me apareceu o amigo (ou amiga) dessas fotos.
Um peixe branco, a boca pintada de vemelho, com traços coloridos espalhados pelo corpo, cerca de 1 metro de comprimento, passou a navegar perto de mim.
Tive a impressão de que sabia da sessão de fotos, ao menos não poupou poses e movimentos. Chegou-se mais para a beira, mas não tão próximo que não pudesse ativar um plano emergencial de fuga caso isso fosse necessário. Não foi.
O peixe da boca vermelha quis dizer alguma coisa com sua presença, e acho que conseguiu. Encheu de beleza a tarde (e o meu coração).
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Grande Adelar, como andas? Não sei se você se lembrará desse bardo que vos escreve, mas trocamos algumas cartas nos longínquos anos oitenta. Fico feliz de saber que não abandonaste a lida com a luta inútil, mas fundamental. Dê uma olhadinha em meu blog, toque tambores, faça sinais de fumaça, mas dê notícias. Abração.
ResponderExcluirWellington Diniz.
Caríssimo Wellington, como vai, meu amigo?
ResponderExcluirQue grande alegria manter esse contato depois de tantos anos, meu Deus, quanto tempo!
Esse contato me faz muito feliz.
Visitei o teu blog e nele encontrei belos conteúdos, sensibilidade e delicadeza.
Não vamos nos perder depois desse encontro!
Um senhor abraço.
Adelar