Jorge Adelar Finatto
Agora todos estão dormindo. Escuto o sino que bate na pequena igreja ao longe. Gosto desse som pela música ancestral que ele traz. Estou sentado diante da janela do escritório. Não leio nem escrevo nada. Respiro o ar fresco da noite e é uma ventura esse respirar.
Em certos dias o coração fica seco. Não navego nenhum mar. Nenhum barco me leva. Parado no cais noturno.
Um guarda-chuva passa voando sobre os telhados de Passo dos Ausentes. A mão invisível o carrega pelo ar. De onde veio, pra onde vai? Outras coisas mais pesadas que o vento voam nos Campos de Cima do Esquecimento a essa hora.
Um guarda-chuva passa voando sobre os telhados de Passo dos Ausentes. A mão invisível o carrega pelo ar. De onde veio, pra onde vai? Outras coisas mais pesadas que o vento voam nos Campos de Cima do Esquecimento a essa hora.
Uma aquarela serrana surge em silêncio. Pinceladas de um delicado pintor. A cálida pintura se compõe e se desfaz a cada instante. Nenhum traço jamais se repete. A vida se transforma. A dor acontece e passa.
O guarda-chuva vai perdendo altura e cai no jardim abandonado na neblina. Calado e feliz como um viajante que acabou de chegar. O dia amanhece.
O guarda-chuva vai perdendo altura e cai no jardim abandonado na neblina. Calado e feliz como um viajante que acabou de chegar. O dia amanhece.
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Foto: J.Finatto
Caro Adelar, como seria bom ter um livro de cabeceira com os textos deste blog. Atualmente tenho O Fazedor de Auroras, um pequeno grande livro que me disseram ser um presente! Agradecido estou!
ResponderExcluirPor enquanto vou folheando as páginas digitais nesta tela, a qual suga todo meu campo visual por vários minutos lendo seus escritos.
Um abraço.
Caro amigo.
ResponderExcluirSó posso - e devo - agradecer pela presença nestas páginas virtuais.
Quem sabe Deus ajuda e qualquer hora sai o livro com textos do blogue.
Um abraço.
JF