Reescrever será, talvez, o vero escrever.
O poeta não faz poesia, disse o poeta cruz-altense Heitor Saldanha. O poeta faz o poema, ensinou Heitor, sem nenhuma intenção professoral, do alto do seu gênio e da sua humildade.
A poesia existe em si, solta no mundo, enquanto o poema é a tentativa de colher esta revelação.
Nada grita como o poema, esta construção verbal, quase sussurro. O poema não é marketing pessoal, não quer vender nada. É como um rio vivo, correndo no fundo da memória e do tempo.
A palavra, irmã da vida, vida cheia de sofrimento, encanto, esperança, vida que quer ir além da miséria existencial, vida nossa de todos os dias, que tão pouco conhecemos.
A palavra, irmã da vida, vida cheia de sofrimento, encanto, esperança, vida que quer ir além da miséria existencial, vida nossa de todos os dias, que tão pouco conhecemos.
O verso é a procura da comunicação, nasce em silêncio, abre caminho para a claridade. O poema reduzido ao rumor de sua incomparável verdade.
A expressão avessa ao ruído da conveniência e do agrado fácil, que só se afirma na medida do alvoroço interno da própria luz que produz.
A palavra lavrada a frio, na entranha quente da vida.
A palavra lavrada a frio, na entranha quente da vida.
O ato de publicar em livro deve ser exceção no ofício do escritor. Uma parte significativa do que se publica não tem qualidade para ser impressa. O respeito ao leitor, e até mesmo às árvores que se derrubam para fazer livros, requer isso. Podemos ser exigentes naquilo que escrevemos.
Precisamos dar o nosso melhor, fazer o possível. É claro que sempre há uma insegurança quanto ao que, como e quando publicar. Mas em geral o bom texto emite sinais, se impõe como algo que poderá ser socializado através da publicação.
Precisamos dar o nosso melhor, fazer o possível. É claro que sempre há uma insegurança quanto ao que, como e quando publicar. Mas em geral o bom texto emite sinais, se impõe como algo que poderá ser socializado através da publicação.
Reescrever será, talvez, o vero escrever.
Uma parada na estação-gaveta, por algum tempo, pode salvar um texto. Em literatura, prefiro o fazer pouco, mas fazer bem.
Uma parada na estação-gaveta, por algum tempo, pode salvar um texto. Em literatura, prefiro o fazer pouco, mas fazer bem.
Publicar qualquer coisa, publicar por publicar, fazer carreira de poeta ou escritor, não é e nunca foi o meu caminho. As coisas ruins que publiquei o fiz pensando que eram boas. A gente também se engana.
Ninguém deve se sentir acuado diante da palavra. Ninguém está obrigado a só escrever matéria excelente, isso só aumenta a angústia e desestimula. Não existe, de resto, a obra literária perfeita.
A alegria precisa ser nossa irmã na travessia da escrita.
Foto: J. Finatto
Por isso, Adelar, bem vindo os blogs e sites literários na Internet.
ResponderExcluirNestes espaços tudo ganha um caráter de provisório. Já no caso do livro é necessário reeditar para corrigir algumas poucas coisas.
A inspiração é um dom que nos surge, eventualmente, e sem aviso. Não há como domá-la.
Então publiquemos e reescrevamos.
Carreira só em plano funcional e de certa substância entorpecente muito em moda entre a classe dominante...
Abs.
Ricardo Mainieri
Ricardo.
ResponderExcluirOs jornais não têm mais os suplementos literários. Neles, muitos escritores (iniciantes ou não) publicavam seus textos, amadureciam com a exposição, recebiam observações, trocavam ideias. Isso acabou.
Agora temos a internet que pode cumprir esse papel. Isto é muito bom.
Um abraço.
Adelar