domingo, 17 de julho de 2011

O pássaro em setembro

Jorge Adelar Finatto

photo: j.finatto

 
Esses dias invernais de austeras sombras.  Podia começar assim a crônica de hoje. Mas são leves e têm seiva estas breves linhas.

A nesga de claridade aparece entre as pesadas nuvens. Através da janela, apenas a silhueta das árvores e das montanhas se deixa perceber. A neblina estende sua fina capa no espaço.

Há dias veio a neve, espalhou o branco vestido de tule nos telhados de Passo dos Ausentes.

Precisamos atravessar longos dias de frio e exílio. Estamos à espera de que o pássaro retorne com a folha de oliveira no bico, quando setembro vier.

Por enquanto, cada um de nós sobrevive com os resíduos de uma antiga primavera.
 

2 comentários:

  1. Perdoa minha ousadia, caro Adelar! Gostaria de fazer companhia ao Juan na estação em um dia desses. Frio apenas o tempo, penso eu, pois farto de esperança ele deve estar aguardando o trem com os dedos aquecidos das teclas do acordeon. Talvez eu até pudesse dedilhar um violão e também voar, nos céus de Passos dos Ausentes, de Zepelin. Quem sabe, afinal, tem 3 lugares! Seria maravilhoso!

    Um abraço.

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  2. Serás muito bem-vindo a nossa cidadezinha. Por certo há lugar para um violão e para um passageiro no dirigível daquele pessoal.

    Abraço.

    JF

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