Jorge Adelar Finatto
photo: j.finatto |
O mundo é um hospício sem muro. Estão todos soltos. A loucura é herança bem dividida entre os humanos. As partilhas registradas nos cartórios do existir.
A pessoa precisa ter reservas de luz pra suportar tanta escuridão.
Somos os que estão por aí. Os por enquanto. A gente mói e é moído. O que acha? O moinho triste da vida. Tem vivente que passa a existência sem receber um afago, um ora-veja. Os que. Pra eles não existe vem-cá-meu-bem-me-dá-cá-um-beijinho. Só pedras, perdas.
Os esquecidos jazem no fundão. O mundo não presta atenção nos sem-afeto. Os outros, a turma dos contentes, dos bem amados, quando muito vivem pra si. Os que se acham. As almas leves. Corações secos.
O moinho pesado gira no esconso. Caminho de sombras.
Às vezes um resolve resilir o contrato com o eterno. Quase ninguém nota o último ato do infeliz. Nenhuma flor se colhe em sua difícil memória. Nenhum pensamento, nenhuma ternura. As indiferenças. Os giros insensíveis da roda de fazer pó e esquecimento.
Assim se afunda o coração dos bonecos de vetríloco.
Viver são uns suspiros, uns carinhos desaparecidos.
Alguns poucos levam a lanterna na mão. Esses, ao menos, ainda choram, se comovem, não se conformam, lutam, amam. Fazem os caminhos. Por eles a aurora tece os fios rosados da manhã.
A pessoa precisa ter reservas de luz pra suportar tanta escuridão.
Somos os que estão por aí. Os por enquanto. A gente mói e é moído. O que acha? O moinho triste da vida. Tem vivente que passa a existência sem receber um afago, um ora-veja. Os que. Pra eles não existe vem-cá-meu-bem-me-dá-cá-um-beijinho. Só pedras, perdas.
Os esquecidos jazem no fundão. O mundo não presta atenção nos sem-afeto. Os outros, a turma dos contentes, dos bem amados, quando muito vivem pra si. Os que se acham. As almas leves. Corações secos.
O moinho pesado gira no esconso. Caminho de sombras.
Às vezes um resolve resilir o contrato com o eterno. Quase ninguém nota o último ato do infeliz. Nenhuma flor se colhe em sua difícil memória. Nenhum pensamento, nenhuma ternura. As indiferenças. Os giros insensíveis da roda de fazer pó e esquecimento.
Assim se afunda o coração dos bonecos de vetríloco.
Viver são uns suspiros, uns carinhos desaparecidos.
Alguns poucos levam a lanterna na mão. Esses, ao menos, ainda choram, se comovem, não se conformam, lutam, amam. Fazem os caminhos. Por eles a aurora tece os fios rosados da manhã.
__________
photo: j.finatto
Texto revisto, publicado antes em 13 de abril, 2010.
Infelizmente, Adelar, há muito a humanidade deixou de ser uma irmandade. Cada um cuida do seu lado e, algumas vezes, tenta prejudicar o dos outros.
ResponderExcluirMesmo, Diógenes na Grécia, andou com a tal lanterna procurando um homem íntegral e parece que não foi bem sucedido.
Bom, e saber que alguns, como tu, perseveram.
Abraço.
Ricardo Mainieri
Estimado Ricardo, é isso, não vamos nos entregar,vamos seguir com a lanterna pra encontrar pessoas.
ResponderExcluirUm abraço.
JF