Jorge Adelar Finatto
Quem me espera, a essa hora, na Travessa da Espera, no Bairro Alto, em Lisboa?
Eu passo invisível por vielas retorcidas em mil labirintos. Em cada esquina, uma nesga do Tejo e um fado.
Anoitece, personagens saem das portas como das páginas de velhos livros, ganham as ruas, carregando seu abismo, sua dor, seu sonho, sua dificuldade de viver.
Um fantasma caminha rente às portas das tascas, o chapéu caído nos olhos.
As janelas abrem-se para o rumor e os cheiros que vêm da calçada.
Cada um de nós é um romance, mergulhados estamos no livro da própria existência, escrito por não se sabe que caprichoso autor.
Mas quem quer ler as últimas páginas?
Ninguém me espera na Travessa da Espera.
Ninguém me espera na Travessa da Espera.
Nobre Poeta:
ResponderExcluirA Travessa da Espera desemboca na Misericórdia e ela, como magistrada conhecedora de nossas fraquezas,
vai achar um meio de nos absolver mais uma vez para que prossigamos em nossa caminhada, afastando a angústia.
Tenha certeza.
Meu Caro Amigo.
ResponderExcluirEssas suas palavras têm beleza e verdade também.
Cumprimentos.
Jorge