segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

O escândalo das hortênsias

Jorge Adelar Finatto

photo: j.finatto. Passo dos Ausentes


As hortênsias resolveram embelezar o mundo. Era só o que faltava.

Em meio a tanta desilusão, tanta feiura das almas, tanta gente má e casca grossa, vêm agora as hortênsias e decidem distribuir beleza e graça. Um negócio muito estranho.

photo: J.finatto

Um verdadeiro absurdo aqui em Passo dos Ausentes.

Quando achava que não tinha mais jeito, quando nada mais esperava diante do triste espetáculo humano, as hortênsias surgem em silêncio, espargindo cor e delicadeza sobre cinzas.

Essa beleza é mesmo uma violência contra o cidadão acostumado ao deserto e ao cotidiano tapa na cara.

Nem maldizer a vida em paz a gente pode mais.


photo: j.finatto

8 comentários:

  1. É como quando o sol aparece depois da tempestade, mesmo sem querer a esperança brota na alma da gente diante de tanta beleza.Abs.

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  2. Adelar, gosto muito desta flor que se diversifica em tonalidades e esparge beleza onde nasce.
    Tenho uma lembrança muito particular das hortênsias.
    Lembro-me da cena de minha mãe, já falecida, indo ao jardim de casa e colhendo uma hortência para enfeitar um vaso da sala. Isto, ainda, me toca pela delicadeza e poesia.
    Obrigado por me trazer, com esta crônica, esta bela lembrança de meus arquivos pessoais.

    Abraço.

    Ricardo Mainieri

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  3. Ricardo.

    Essa evocação é muito bonita. É pra se guardar para sempre.

    Um abraço.

    Adelar

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  4. Regina.

    É bem assim.

    Um grande abraço.

    JF

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  5. Caro poeta, Adelar!
    Se um dia fores levantar um muro para proteger o lar, dê preferência às hortências, que é para quando olhares, pela janela da sala, ter a impressão de que há algo belo do outro lado!

    Um abraço.

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  6. Bela sugestão!

    Outro abraço.

    JAF

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  7. Hahaha! E ha que ter paz pra maldizer a vida. Nao? abs, poeta. Andas rindo mais, percebo...Aquele riso fingido de rabugice, mas a gente cá deste lado, ri.

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