Os antepassados
negros e italianos
rasgaram o oceano
para que eu estivesse aqui
no futuro
olhando o fim de tarde
no horizonte dos muros
não possuo do imigrante branco
a esperança eldorada
nem a saudade triste do preto
em pranto mastigada
sou apenas um homem mestiço
olhando o movimento dos barcos
agora que a noite cai
sobre a cidade
e me surpreendo sonhando
com a fuga
por uma rua sem sol
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Do livro O Fazedor de Auroras, Instituto Estadual do Livro, Porto Alegre, 1990.
Outro poema belíssimo deste livro que merecia, sinceramente, uma reedição.
ResponderExcluirOlha aí, amigo Silvestrin, que bela oportunidade de trazer a boa poesia para essa geração que não lê...
Abraço.
Ricardo Mainieri
Ricardo.
ResponderExcluirÉ uma bela ideia (a reedição), ficaria muito feliz.
Agradeço a generosidade.
Um abraço.
JF