Poderia jurar amor eterno à pequena borboleta que agora cruza a beira do lago. Ela carrega no coração, como eu, a melancolia antecipada da partida iminente do jardim.
Está escrito que nosso tempo é breve. Teremos de deixar o jardim que tanto amamos. E não sabemos o que nos espera além dele. Talvez exista um outro jardim depois desse.
Levaremos a saudade dos dias vividos entre as flores, as fontes, os córregos, as árvores. Não concordamos, claro, com dias assim tão escassos. Mas o que fazer? Nosso coração pulsa nas têmporas.
Os dias ruins e a rotina nunca nos tiram a vontade de viver.
A borboleta escreve minúsculos bilhetes que vai soltando ao vento. Amamos as magnólias, as rosas, as nuvens e os hibiscos.
Escreveu a borboleta estas palavras na folha de um plátano:
Eu só queria mais um dia para estar no jardim e dizer do meu amor a cada um dos seus habitantes. Quero que ao menos recordem de mim quando lerem estas palavras.
Lembrem meus voos silentes e suaves. De como amei o farelo, o miúdo da vida.
Estou prestes a deixar o jardim e isso me dá tanta tristeza.
Quero deixar escrito este amor perecível.
Antes de cair e secar no chão.
Escreveu a borboleta estas palavras na folha de um plátano:
Eu só queria mais um dia para estar no jardim e dizer do meu amor a cada um dos seus habitantes. Quero que ao menos recordem de mim quando lerem estas palavras.
Lembrem meus voos silentes e suaves. De como amei o farelo, o miúdo da vida.
Estou prestes a deixar o jardim e isso me dá tanta tristeza.
Quero deixar escrito este amor perecível.
Antes de cair e secar no chão.
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