terça-feira, 9 de abril de 2013

In memoriam

Jorge Adelar Finatto
 

Romeu Marques Ribeiro Filho
Fonte: site Tribunal de Justiça do RS
 

Porque sois uma bruma que aparece por um pouco de tempo e depois desaparece.
      Tiago 4: 14

A morte tece sua teia invisível, implacável. Num instante, retira de perto da gente pessoas que nos são queridas.
 
No meio da tarde de quarta-feira (3 de abril) recebi o telefonema dando conta da morte do colega. Ele havia jogado tênis pela manhã. Depois foi para casa pela hora do almoço. Passou mal e, em seguida, veio a morrer do coração. Não houve tempo pra nada.

Um mero e fatal instante: já não estava mais entre nós. Tinha 57 anos, havia se aposentado há alguns meses como desembargador.

Conhecia-o há mais de 20 anos. Tivemos uma convivência próxima quando, em 1991, trabalhamos na comarca de Rio Grande, cidade ao Sul, porto marítimo. Havia então o hábito do convívio entre colegas, não apenas no foro como em almoços e jantares de fim de semana.
 
Tinha admiração pelo ser humano e pelo juiz que ele era. Em Porto Alegre, a convivência diminuiu. Se o interior aproxima, a grande cidade tem o condão de nos distrair do trato diário. O invencível excesso de trabalho e as mil preocupações facilitam o isolamento e, se não nos damos conta, nos distraímos até de viver.

Algum tempo atrás, nos encontramos pela última vez. Era uma época especialmente difícil pra mim em razão de uma doença grave. Como não havia muito o que dizer, ele veio ao meu encontro, me abraçou e me deu um beijo. O gesto me comoveu, e me deu força.
 
Há momentos na vida em que tudo que mais precisamos é de um abraço e um beijo. Infelizmente, não pude fazer isso por ele.

Vou levar para sempre aquele beijo na minha face, enquanto durar a bruma que também sou.
 
A Romeu Marques Ribeiro Filho,  o beijo e o abraço, saudade e afeto, in memoriam.
 

6 comentários:

  1. Adelar, ele deve ter cumprido o papel que a espiritualidade lhe tinha destinado. Sempre dói a perda de uma pessoa reta, justa, humana, mas passamos para o outro plano, também, para auxiliar outros que precisam de Luz.
    Entendo tua tristeza e me solidarizo com ela.

    Abraço.

    Ricardo Mainieri

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  2. Muito obrigado, Ricardo.

    Um grande abraço.

    JF

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  3. Querido Finatto. Que linda homenagem ao nosso amigo Romeu, um homem bom. Saudades tuas e do Lourenço, manda meu beijo a ele também.

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    1. Querida Denise.

      Sentimos a falta da tua sensibilidade, amizade e rara presença. Esperamos te encontrar em breve. O Romeu estará sempre em nosso coração.

      Um grande abraço nosso.

      JF

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  4. cristina maria moura sacco11 de abril de 2013 às 09:41

    Maravilhosa a sua homenagem a um homem tão digno, correto, bondoso, generoso, como o Desembargador Romeu. Tive o imenso privilégio de trabalhar, durante três anos, como assessora dele e, nesse convívio, passei a estimá-lo e admirá-lo muito. Estamos sentindo muito a falta dele, porém, tenho certeza que ele está em bom lugar e agora olhando por nós.

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    1. Muito obrigado pela sua manifestação, Cristina.
      O Romeu era um ser humano raro, e pessoas como ele fazem muita falta, porque na sua humildade (que é sabedoria), nos ensinam humanidade, nesses tempos de excesso de vaidade, apego sem limites ao poder e indiferença.

      Um abraço.

      JF

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