A primavera traz, nas malas recém-abertas da longa viagem, roupas leves e coloridas. Nos últimos dias tem chovido e faz frio. Os inícios da primavera eu conheço bem. Por isso não me espantam os ventos andarilhos de outubro quase novembro. Quando se aproxima o Dia dos Mortos, 02 de novembro, é sempre assim.
Finados sem vento não é Finados.
Finados sem vento não é Finados.
Acordei no fim da madrugada e estou no escritório. Escuto música, leio alguma coisa antes que amanheça. Ainda é noite nas montanhas, o verde das árvores ainda dorme no escuro. Nenhum pássaro, nenhum canto. É hora de pálpebras fechadas. Mas a luz não tarda e todos os olhos se abrirão novamente para a vida e seu difícil ofício, a vida e seus mistérios.
Por mais que se queira ficar imóvel (tem dias que tudo que se quer é ficar calado num canto, mastigando silêncio, ruminando assombros, observando o invisível ), os ventos de primavera nos empurram, exigem movimentos, atitudes, escolhas, passos.
Se somos uma obra em progresso, toda vontade de inércia é uma ilusão. É isso que tenho de me lembrar a cada manhã.
Nunca é fácil sair do aconchego do ninho, mesmo depois de ganhar penas e envergar asas. Os primeiros e os últimos vôos do dia são um salto sobre abismo. Penso, às vezes, que viver é contornar precipícios.
O que resta é repousar algumas horas por noite, acordar, lavar o rosto, vestir a roupa e ir pra estrada. Partir na dança dos abismos.
As horas de contemplação são raras e compradas a peso de diamantes.
Por isso, bem-vindos aqueles que vêm a esta página em algum momento do seu dia. Espero que não saiam de mãos vazias.
O melhor a fazer a esta hora inaugural, quando a claridade emerge do leste e aponta entre os galhos e as folhas, é sair com esses ventos que cheiram à flor, sair com eles pelo amanhecer afora.
Deus é grande e viver é sempre bom.
Nunca é fácil sair do aconchego do ninho, mesmo depois de ganhar penas e envergar asas. Os primeiros e os últimos vôos do dia são um salto sobre abismo. Penso, às vezes, que viver é contornar precipícios.
O que resta é repousar algumas horas por noite, acordar, lavar o rosto, vestir a roupa e ir pra estrada. Partir na dança dos abismos.
As horas de contemplação são raras e compradas a peso de diamantes.
Por isso, bem-vindos aqueles que vêm a esta página em algum momento do seu dia. Espero que não saiam de mãos vazias.
O melhor a fazer a esta hora inaugural, quando a claridade emerge do leste e aponta entre os galhos e as folhas, é sair com esses ventos que cheiram à flor, sair com eles pelo amanhecer afora.
Deus é grande e viver é sempre bom.
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A grafia que utilizo, como se percebe, é a antiga, que ainda está em vigor, juntamente com a do acordo (?) ortográfico, que, ao que parece, fez água. Sobre o assunto:
O acordo ortográfico fazendo água:
http://ofazedordeauroras.blogspot.com.br/2013/03/o-acordo-ortografico-fazendo-agua.html
A grafia que utilizo, como se percebe, é a antiga, que ainda está em vigor, juntamente com a do acordo (?) ortográfico, que, ao que parece, fez água. Sobre o assunto:
O acordo ortográfico fazendo água:
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