Tinha que haver um jeito de trancar a morte no porão, deixá-la encerrada no escuro pra sempre, até virar pó, como ela gosta de fazer com as pessoas.
Prisioneira do porão, sem nenhuma fresta de luz e ar, a morte nunca mais poderia matar ninguém.
Morta a morte, estaríamos livres, de uma vez por todas, do grande vexame que é morrer. Morro de pena de quem vai perder a vida, isto é, todos nós. O certo talvez é ninguém mais morrer. Mas que sei eu.
Só que pra todo mundo viver era preciso não existir a maldade que existe no ser humano.
Nenhum homem e nenhuma mulher jamais souberam explicar esse mistério que é deixar de viver. Dizem alguns que a morte dá sentido à vida, o que eu duvido muito.
A morte alimenta-se da morte alheia e não há nela sentido algum.
O que dá sentido à vida é a própria vida.
Só que pra todo mundo viver era preciso não existir a maldade que existe no ser humano.
Nenhum homem e nenhuma mulher jamais souberam explicar esse mistério que é deixar de viver. Dizem alguns que a morte dá sentido à vida, o que eu duvido muito.
A morte alimenta-se da morte alheia e não há nela sentido algum.
O que dá sentido à vida é a própria vida.
A morte é um buraco escuro dentro da escuridão. Às vezes um monte de cinzas que se espalham ao vento e ninguém sabe onde vão parar.
Eu queria encontrar uma maneira de matar a morte. Depois passaria o resto do tempo infinito ocupado só em viver.
Morrer é um péssimo hábito que herdamos dos antepassados e do qual não conseguimos nos libertar.
Morrer é um péssimo hábito que herdamos dos antepassados e do qual não conseguimos nos libertar.
Para os agnósticos e os céticos, depois da morte é a treva absoluta. Não creio.
Enquanto a morte não morre, gosto de pensar que haverá ressurreição para aqueles que não fizeram barbaridades com os outros. E vou vivendo.
Mas eu sou apenas um sujeito simplório. Alguém que acredita na claridade absoluta.
Mas eu sou apenas um sujeito simplório. Alguém que acredita na claridade absoluta.
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