O tempo de vida de uma aquarela é pequeno, se comparado a outras técnicas de pintura. A cor e os traços vão esmaecendo aos poucos até sumir. Isso foi o que um pintor amigo me disse, referindo que se trata de uma pintura muito volúvel à passagem da bruma dos dias.
As imagens vão gradualmente desaparecendo.
As pinturas a óleo duram muito mais. Ninguém imagina, por exemplo, que a Mona Lisa, do Leonardo da Vinci, criada entre 1503 e 1517, vá se apagar um dia.
O artista que me fez essa triste revelação era um mestre aquarelista. Seu nome: Nathaniel Marques Guimarães. Falou do assunto com uma tranqüilidade que me espantou e me deu dó ao mesmo tempo. Ele amava a aquarela e a ela dedicou muitos dias de árduo trabalho. Estava conformado com o destino efêmero de sua criação. Essa humildade diante do eterno será talvez uma das virtudes dos gênios.
Acho que pressenti na sua visão a dura verdade daquilo que faço: escrever palavras em folhas de papel ou luminosa tela de computador também é trabalhar para o oblívio. As palavras vão desaparecer não por desgaste físico das letras e páginas, mas por ausência de leitores. E a posteridade, como se sabe, é uma ilusão longínqua e absurda demais para ser levada a sério.
De certa forma, fazemos aquarelas quando escrevemos. E nada devemos esperar além da alegria da criação.
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Nathaniel Marques Guimarães foi um dos grandes aquarelistas brasileiros, além de um querido amigo.
As imagens vão gradualmente desaparecendo.
As pinturas a óleo duram muito mais. Ninguém imagina, por exemplo, que a Mona Lisa, do Leonardo da Vinci, criada entre 1503 e 1517, vá se apagar um dia.
O artista que me fez essa triste revelação era um mestre aquarelista. Seu nome: Nathaniel Marques Guimarães. Falou do assunto com uma tranqüilidade que me espantou e me deu dó ao mesmo tempo. Ele amava a aquarela e a ela dedicou muitos dias de árduo trabalho. Estava conformado com o destino efêmero de sua criação. Essa humildade diante do eterno será talvez uma das virtudes dos gênios.
Acho que pressenti na sua visão a dura verdade daquilo que faço: escrever palavras em folhas de papel ou luminosa tela de computador também é trabalhar para o oblívio. As palavras vão desaparecer não por desgaste físico das letras e páginas, mas por ausência de leitores. E a posteridade, como se sabe, é uma ilusão longínqua e absurda demais para ser levada a sério.
De certa forma, fazemos aquarelas quando escrevemos. E nada devemos esperar além da alegria da criação.
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Nathaniel Marques Guimarães foi um dos grandes aquarelistas brasileiros, além de um querido amigo.
Finatto, lindo texto, como sempre. Fico lisonjeado com a referência ao meu querido avô, Nathaniel.
ResponderExcluirForte abraço, Guilherme Guimarães.
Meu Caro Guilherme. Tenho uma grande saudade do Nathaniel, que sempre me inspirou afeto e admiração. Faz muita falta.
ExcluirUm grande abraço.