Jorge Finatto
foto: Custodio Coimbra. barcos coloridos separados por píer, maré baixa, São Gonçalo, Rio de Janeiro. Agência O Globo |
Dizer que Custodio Coimbra é só um fotógrafo comum de imagens do cotidiano seria equívoco. Algo como afirmar que Chopin é apenas um tocador de piano, ignorando que, na verdade, é um gênio do instrumento e da composição.
Custodio é um artista que vai além do prosaico. O trabalho que produz tem força estética, conteúdo social, valor documental e, além de tudo, está carregado de poesia.
Ele transita numa esfera de delicadas composições visuais, que destacam as verdades imanentes que cada objeto encerra. Quando fotografa, sempre ou quase sempre nasce uma obra de arte.
Esta obra concilia, com maestria, denúncia e beleza. Isto ocorre, por exemplo, quando aborda a degradação do meio ambiente. A sua fotografia não nos diz que tudo está perdido, mas recorda que há muito a pensar e fazer para salvar a natureza.
A alma dos seres e das coisas transparece nas imagens de Custodio Coimbra, aproxima e comove o leitor, retirando-o da indiferença.
Falo estas coisas após ler, na Revista O Globo, encartada na edição dominical (24/7/2016) do jornal, uma matéria sobre o trabalho do grande fotógrafo. Na capa uma bela imagem captada por ele: barcos separados por píer durante maré baixa em São Gonçalo. São dezenas de barquinhos coloridos num fundo escuro. Uma beleza rara.
A reportagem (escrita pela jornalista Joana Dale) traz outras fotos e dá conta da produção do artista. Ele trabalha nO Globo desde 1989. Anuncia-se para hoje (26/7), o lançamento de seu livro Guanabara, Espelho do Rio, FGV Editora, com 170 imagens da Baía de Guanabara, abarcando 20 anos de fotografias. Aves, cavalos-marinhos, pescadores, rios, botos-cinza, matas, barcos, poluição, lixo, etc., compõem o belo e inquietante mosaico.
O livro traz textos da jornalista Cristina Chacel, enfocando aspectos históricos, ambientais e culturais. O evento ocorrerá na Folha Seca, centro do Rio.
O livro traz textos da jornalista Cristina Chacel, enfocando aspectos históricos, ambientais e culturais. O evento ocorrerá na Folha Seca, centro do Rio.
A publicação deve chegar às livrarias em agosto. Antes que algum aventureiro lance mão do meu exemplar, já mandei e-mail a minha livraria, solicitando encomenda urgente.
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Livro reúne 20 anos de imagens:
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