Jorge Finatto
photo: jfinatto, 25.8.2016 |
DEVE SER a chegada da primavera. E com ela os ares de um novo país.
Devem ser os primeiros sinais, quase uma promessa, de um setembro em flor com sua luz à flor da pele e da alma. Renasceremos do fundo das trevas.
Deve ser o avesso do ódio e do sectarismo.
Deve ser o avesso do ódio e do sectarismo.
Deve ser a urgente necessidade de transformação da vida ante o insuportável asco provocado pela podridão dos últimos anos.
Deve ser o cansaço absoluto diante do cinismo e da hipocrisia postos em palanque, todos os palanques, da nação.
Deve ser a réstia de esperança que insiste em brotar no coração. A teimosia do sentimento sobre a indiferença, da sinceridade sobre a mentira, da vida sobre o sofrimento.
Deve ser porque os pássaros voltaram a cantar e a comer bananas na sacada do escritório, entre eles os plumiluminosos tucanos. Regressaram após sentida ausência para reafirmar o milagre da existência.
Devem ser essas passagens secretas que atravessam o invisível para um bosque de silêncio e paz.
Devem ser essas passagens secretas que atravessam o invisível para um bosque de silêncio e paz.
Deve ser essa luz amiga a magoar a escuridão.
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