Jorge Finatto
Rio Limmat. Zurich. photo: jfinatto |
Zurich, 11 de fevereiro - DEPOIS de uns dias em Thun e Annecy, vem Zurich. Cinco horas de trem desde a França. A gente chega quadrado. Mas tudo vale a pena. Passando a fronteira sente-se que a Suíça é outro planeta. A população resumida a 8 milhões e quatrocentas mil pessoas, uma organização e um modo de viver que vêm de muitos séculos fazem deste país um lugar à parte. Tudo é feito para funcionar e funciona num nível elevado.
Igreja Protestante Grossmünster, Zurich. photo: jfinatto |
A democracia direta, em que os cidadãos decidem pelo voto as coisas que realmente importam, faz toda a diferença. Não se resumem a votar de quatro em quatro anos em governantes sobre os quais em geral pouco ou nada se sabe, e cujos resultados disso nós, brasileiros, bem conhecemos. Um país rico e trabalhador. Evidente que tem defeitos, mas no básico todos têm o necessário, têm direitos respeitados, uma vida. A ostentação não é um defeito suíço. São austeros sem ser misantropos. 25% da população, segundo andei lendo, são imigrantes.
Hoje passei no Café Odeon, tomando um cappuccino. Existe desde 1911. Desde sempre freqüentado por artistas, poetas, escritores, políticos, cientistas, entre eles Stefan Zweig, James Joyce, Albert Einstein, Toscanini, Mussolini, Tristan Tzara, Klaus Mann, Lenin, Sommerset Maugham, Friedrich Dürrenmatt.
Café Odeon, Zurich. photo: jfinatto |
E caminhei à margem do Rio Limmat, verde-azul transparente, com suas nuvens, barcos e aves refletidas na face ondulante. Um frio de rachar, mas nada que um ausentino não possa suportar com calma.
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