Jorge Finatto
Nunca presenciei uma situação como essa. Por força da profissão trabalhei em várias cidades do Rio Grande do Sul, algumas delas no interior profundo. Experimentei diversos ambientes e climas. Mas jamais vi tempestades em seqüência por todo o Estado como as desta semana.
Nesta sexta-feira, faz seis, sete dias que convivemos com chaparrões e sua profusão de raios, relâmpagos, trovões, enchentes, desmoronamentos, interrupção de estradas, soterramentos de casas e pessoas. Mortes.
Também nunca tinha ficado isolado, sem poder ir para outras cidades em função da destruição de estradas. Mas isso neste momento é o de menos. A tristeza está no fato de ver tantas pessoas desalojadas de suas casas e muitas outras desaparecidas, feridas ou mortas. Nem vou falar do trauma psicológico.
A crise climática é um fato presente aqui e em outros lugares. A "culpa" não é da natureza, mas da conduta humana. As piores previsões estão se confirmando.
Provavelmente chegamos, no planeta, a um ponto sem retorno. Ou alguém acredita no bom senso e nos bons sentimentos dos líderes mundiais? Mas a vida é hoje, e devemos fazer o que for possível para salvar a querência amada do Rio Grande do Sul, e nós, seus sofridos habitantes.