Un petit espoir très féroce:
c’est moi!
Robert Lalonde
Robert Lalonde
Ainda não nasci
sequer faço parte da paisagem
escuto uns gritos do outro lado: não estou
a sombra é apenas o começo
do previsível caminho
que vai dar na aurora
ainda não nasci
no entanto, é para breve
celebro a vida que virá
rompendo a escuridão
explodindo em alegria
como a primavera depois do inverno
sei onde isso terminará:
flor no extremo do ramo
beleza enchendo o vazio
faço do silêncio
um grande bosque
onde borboletas passeiam
pássaros inventam a claridade
com seu canto
imagina uma faísca que, súbito, paira no ar
uma palavra procurando um oco de boca
uma pequena luz que cresce: sou eu
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Poema do livro O Fazedor de Auroras, Instituto Estadual do Livro, Porto Alegre, 1990.
Foto: J. Finatto
Este é mais um excelente poema, do excelente livro O Fazedor de Auroras.
ResponderExcluirQue bem que está merecendo uma reedição. Quem sabe sugiro, assim como fiz com Outubro, do Nei Duclós, para o Silvestrin.
Abs.
Ricardo Maineri
Ricardo,
ResponderExcluira existência do livro já estaria justificada apenas pela tua generosa e qualificada atenção, que muito me honra.
Um grande abraço.
JF
Bom dia Dr. Finatto, acabei conversar com o seu filho Lorenzo aqui na Livraria da Escola Superior da Magistratura, ele me passou seu blog. A muito tempo observo seu trabalho junto à Ajuris no caderno de literatura. Quero lhe dar os parabéns por essa iniciativa. E em relaçao ao que "importa",a poesia - como proferiu Seminodes (precursor da Arte da Memória) na Grécia antiga, a pintura é como a poesia silenciosa e a poesia, a pintura que fala...este seu poema revela uma interioridade expontânea, onde a poesia nasce a qualquer momento. Um abraço, Eduardo Livros.
ResponderExcluirMeu Caro Eduardo,
ResponderExcluirfico muito feliz com o teu comentário generoso e com as palavras de estímulo ao trabalho que realizo no blog. É sempre muito importante ter pessoas com a tua sensibilidade se manifestando sobre o que fazemos. Muito obrigado pela presença. Continua visitando esta página e dizendo as tuas coisas, que também isso é uma forma de convivência e troca.
Um grande abraço.
JF