Jorge Adelar Finatto
photo: j.finatto |
Olhemos o córrego. Sim, caminhemos em suas verdes sombras. As águas nascem no silencioso ventre da montanha e afloram, com suave rumor, num remanso.
Olhemos o sol do outono dentro do córrego. Sigamos sem pressa por suas curvas e declives no interior da mata, ouvindo os pássaros.
Peixinhos vermelhos, amarelos e brancos aparecem e somem num reflexo entre os ramos e as pedras. Os seixos ficaram redondos de tanto rolar no mundo. É bom sentir sua forma entre os dedos dos pés, acariciá-los na palma da mão. Sintamos o córrego.
Peixinhos vermelhos, amarelos e brancos aparecem e somem num reflexo entre os ramos e as pedras. Os seixos ficaram redondos de tanto rolar no mundo. É bom sentir sua forma entre os dedos dos pés, acariciá-los na palma da mão. Sintamos o córrego.
Amemos o córrego. Vamos com os pés descalços, em lentos passos de quem caminha pela vez primeira. Sim, sigamos como habitantes do itinerário cantante das águas, no seu eterno movimento para o oceano.
Descobriremos que não estamos tão sós e que não há solidão irremediável no mundo, porque existe o córrego escorrendo entre passos e pássaros na mata.
Descobriremos que não estamos tão sós e que não há solidão irremediável no mundo, porque existe o córrego escorrendo entre passos e pássaros na mata.
O sol do outono ilumina o córrego.
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