Para onde vão esses ventos andarilhos?
Depois do mergulho no Contraforte dos Capuchinhos e das subidas vertiginosas pelos paredões de basalto, onde se aninham esses pobres ventos desamparados?
Os sonhos que sonhamos, nos aposentos secretos da noite, e que, ao amanhecer, nos deixam, onde vão habitar?
E a página do caderno antigo onde escrevemos o mais puro verso, em que perdida gaveta se escondeu?
Em que caverna dormem as estrelas cadentes, depois que sua luz e seu calor desaparecem?
Para onde vai meu coração quando não estás mais aqui, quando as luzes da rua se apagam e não consigo mais sonhar?
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