sábado, 22 de setembro de 2012
quinta-feira, 20 de setembro de 2012
A visita dos pássaros
Jorge Adelar Finatto
O cenário tumultuário dos últimos
dias – ventos, chuvas, raios, trovões - revela uma passagem difícil para a
estação das cores e perfumes que chega depois de amanhã.
A primavera abre caminho a duras
penas na escuridão.
Na varanda do escritório, tenho o meu viveiro de pássaros livres. Iluminam os dias, pousam nos galhos que se encostam
no balcão, passam boa parte do tempo buscando as frutas que sirvo nos pequenos potes. São muitos. Adoram banana. Também gostam
de maçã, mamão e laranja.
Os pássaros retribuem o alimento com sua presença, seu canto e sua cor. Sabem ser agradecidos a quem lhes quer bem. Mesmo nos dias escuros de inverno eles aparecem. Nos encontramos em todas as épocas do ano.
photo: j.finatto |
Os pássaros retribuem o alimento com sua presença, seu canto e sua cor. Sabem ser agradecidos a quem lhes quer bem. Mesmo nos dias escuros de inverno eles aparecem. Nos encontramos em todas as épocas do ano.
segunda-feira, 17 de setembro de 2012
Encarceramento degradante, danos morais
Jorge Adelar Finatto
O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro condenou o Estado do Rio a indenizar, por danos morais, presos que estiveram recolhidos na 110ª Delegacia de Polícia de Teresópolis, em razão de encarceramento em condições degradantes. A ação foi ajuizada pela Defensoria Pública e o valor a título de indenização foi fixado em R$ 2 mil, para cada recluso autor da demanda.
A decisão, em sede de embargos infringentes (Processo nº 0009573-98.2005.8.19.0061), foi prolatada na quarta-feira passada, 12 de setembro, e está divulgada no site do TJRJ. O acórdão ainda não foi publicado. Destaco o seguinte trecho, divulgado no site:
“Urge reconhecer que a crueldade no cumprimento da pena se configura diante da superlotação carcerária e do tratamento desumano aos presos. In casu, os autores não têm camas, ou mesmo espaço suficiente para dormirem todos no chão ao mesmo tempo (o que já seria indigno). A aeração é insuficiente e a umidade excessiva. Também falta luz solar e local apropriado para as necessidades fisiológicas dos presos. Tudo a contribuir na proliferação de bactérias, fungos, vermes e vírus, além das mais diversas doenças. Não é demasiado asseverar, nessa linha de raciocínio, que o tratamento dispensado aos presos no Brasil equivale a verdadeiro delito de tortura”, afirmou o desembargador Rinaldi no voto vencido quando da apelação.
O entendimento do desembargador Luciano Rinaldi de Carvalho, antes vencido na 14ª Câmara Cível, acabou prevalecendo nos embargos por 5 a 0.
A decisão é importante por marcar a posição do Judiciário em relação à absurda realidade dos estabelecimentos penais brasileiros. Embora sujeita a recurso, é de se esperar que outras decisões venham, em breve, obrigar o poder público a cumprir a Constituição Federal (art. 5º, XLIX: é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral) e a Lei de Execução Penal (nº 7.210/84).
A superlotação das penitenciárias é fonte primária de produção de violência e desumanização da sociedade brasileira. As péssimas condições de vida dos detentos, na maioria das prisões, são bastante conhecidas.
A situação retrata a pouca importância que o Estado tem dado ao problema e reflete, também, uma inaceitável tolerância com a violação dos direitos humanos no cárcere. O resultado mais evidente é o aumento da criminalidade nas nossas cidades.
O alto índice de reincidência criminal é uma calamidade no Brasil.
Novidade? Nenhuma. Os apenados um dia regressam para as ruas. Sem ter recebido tratamento adequado, sem oportunidade de se reintegrar socialmente, voltam ao crime, fazendo novas vítimas. Minha percepção, dos anos em que atuei como juiz na execução penal, é de que parcela significativa dos apenados não volta ao crime se tiver oportunidade de mudar de vida. Creio que este número pode chegar a mais de 60%.
Os prejuízos econômicos e sociais causados pela reprodução do crime, a partir da execução penal ineficaz e desumana, são imensos, afetando o próprio desenvolvimento da nação. Alguma autoridade já parou para analisar o custo da criminalidade? Não só pelas perdas materiais, mas pelo insuportável dano representado pela destruição de vidas e da saúde de milhares de pessoas todos os anos.
A decisão, em sede de embargos infringentes (Processo nº 0009573-98.2005.8.19.0061), foi prolatada na quarta-feira passada, 12 de setembro, e está divulgada no site do TJRJ. O acórdão ainda não foi publicado. Destaco o seguinte trecho, divulgado no site:
“Urge reconhecer que a crueldade no cumprimento da pena se configura diante da superlotação carcerária e do tratamento desumano aos presos. In casu, os autores não têm camas, ou mesmo espaço suficiente para dormirem todos no chão ao mesmo tempo (o que já seria indigno). A aeração é insuficiente e a umidade excessiva. Também falta luz solar e local apropriado para as necessidades fisiológicas dos presos. Tudo a contribuir na proliferação de bactérias, fungos, vermes e vírus, além das mais diversas doenças. Não é demasiado asseverar, nessa linha de raciocínio, que o tratamento dispensado aos presos no Brasil equivale a verdadeiro delito de tortura”, afirmou o desembargador Rinaldi no voto vencido quando da apelação.
O entendimento do desembargador Luciano Rinaldi de Carvalho, antes vencido na 14ª Câmara Cível, acabou prevalecendo nos embargos por 5 a 0.
A decisão é importante por marcar a posição do Judiciário em relação à absurda realidade dos estabelecimentos penais brasileiros. Embora sujeita a recurso, é de se esperar que outras decisões venham, em breve, obrigar o poder público a cumprir a Constituição Federal (art. 5º, XLIX: é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral) e a Lei de Execução Penal (nº 7.210/84).
A superlotação das penitenciárias é fonte primária de produção de violência e desumanização da sociedade brasileira. As péssimas condições de vida dos detentos, na maioria das prisões, são bastante conhecidas.
A situação retrata a pouca importância que o Estado tem dado ao problema e reflete, também, uma inaceitável tolerância com a violação dos direitos humanos no cárcere. O resultado mais evidente é o aumento da criminalidade nas nossas cidades.
O alto índice de reincidência criminal é uma calamidade no Brasil.
Novidade? Nenhuma. Os apenados um dia regressam para as ruas. Sem ter recebido tratamento adequado, sem oportunidade de se reintegrar socialmente, voltam ao crime, fazendo novas vítimas. Minha percepção, dos anos em que atuei como juiz na execução penal, é de que parcela significativa dos apenados não volta ao crime se tiver oportunidade de mudar de vida. Creio que este número pode chegar a mais de 60%.
Os prejuízos econômicos e sociais causados pela reprodução do crime, a partir da execução penal ineficaz e desumana, são imensos, afetando o próprio desenvolvimento da nação. Alguma autoridade já parou para analisar o custo da criminalidade? Não só pelas perdas materiais, mas pelo insuportável dano representado pela destruição de vidas e da saúde de milhares de pessoas todos os anos.
Neste aspecto, o Brasil ainda vive no subsolo. É dever do Estado receber presos em condições mínimas de salubridade, possibilitando trabalho e ensino profissional, estudo, acompanhamento médico e psicológico, desenvolvimento de atividades úteis à comunidade, além da indispensável convivência com familiares. O rompimento dos laços, ainda que precários, é uma agravante na vida do recluso.
Se a Constituição e a LEP forem cumpridas, haverá alguma dignidade nos presídios e cadeias do país. E os cidadãos sofrerão menos com a violência aqui fora.
Isto, é claro, nada tem a ver com oferecer hotel cinco estrelas a quem praticou crimes.
O caminho para a ressocialização é possível, mas é preciso decisão política e investimento (assim como na saúde e educação). O abandono dos presos, nas atuais condições, só se presta à perpetuação de uma sociedade violenta e sem perspectiva real de dar um salto civilizatório.
As penas acessórias (ilegais, degradantes e cruéis) presentes nas penitenciárias, desde a violência sexual até as doenças lá contraídas, precisam ser eliminadas.
Lembrai-vos dos que estão em cadeias, como se tivésseis sido presos com eles, e dos que estão sendo maltratados, visto que vós mesmos também estais ainda num corpo. (Bíblia, Apóstolo Paulo, Hebreus, 13:3)
O texto de Paulo, escrito em Roma, por volta do ano 61 da Era Cristã, é rico em sabedoria e uma séria advertência contra a desumanização das cadeias. Um importante alerta contra a indiferença da sociedade e do Estado em relação ao abandono dos prisioneiros.
A urgente construção de novas casas prisionais, dentro de requisitos mínimos previstos na lei, é uma decisão que não pode mais ser adiada.
Este mundo de sombras e de morte tem de ser resgatado, deixando de ser casa para cadáveres vivos, no lúcido dizer de Dostoiévski, em seu livro Recordações da Casa dos Mortos, para transformar-se na casa da esperança.
O Brasil é hoje uma das grandes democracias do planeta. É injusto para o cidadão ter de conviver com esse sistema que não respeita direitos humanos de presos e tampouco das vítimas, reais e potenciais, que sofrem as consequências do caos instalado.
E, por favor, não se fale em falta de recursos como razão para manter as coisas como estão. O país que tem dinheiro para realizar a Copa do Mundo de Futebol em 2014 e a Olimpíada em 2016 não pode se valer deste argumento.
O texto de Paulo, escrito em Roma, por volta do ano 61 da Era Cristã, é rico em sabedoria e uma séria advertência contra a desumanização das cadeias. Um importante alerta contra a indiferença da sociedade e do Estado em relação ao abandono dos prisioneiros.
A urgente construção de novas casas prisionais, dentro de requisitos mínimos previstos na lei, é uma decisão que não pode mais ser adiada.
Este mundo de sombras e de morte tem de ser resgatado, deixando de ser casa para cadáveres vivos, no lúcido dizer de Dostoiévski, em seu livro Recordações da Casa dos Mortos, para transformar-se na casa da esperança.
O Brasil é hoje uma das grandes democracias do planeta. É injusto para o cidadão ter de conviver com esse sistema que não respeita direitos humanos de presos e tampouco das vítimas, reais e potenciais, que sofrem as consequências do caos instalado.
E, por favor, não se fale em falta de recursos como razão para manter as coisas como estão. O país que tem dinheiro para realizar a Copa do Mundo de Futebol em 2014 e a Olimpíada em 2016 não pode se valer deste argumento.
sábado, 15 de setembro de 2012
O náufrago que escrevia na água
Jorge Adelar Finatto
photo: j.finatto |
O náufrago escreveu sobre a falésia da ilha, em verdes letras de folhas de bananeira, um pedido de socorro. Estava no lugar havia muitos dias, em meio a palmeiras, pássaros, cachoeiras, borboletas e ventos.
A ilha era muito isolada. Nem risco de avião havia naquele céu austral.
A ilha era muito isolada. Nem risco de avião havia naquele céu austral.
O tempo passou e nada acontecia. O náufrago começou então a escrever breves textos na areia. Não sabia se aquilo era poema, conto, crônica, desabafo ou simples diário de náufrago.
Registrava coisas, sentimentos, estados de espírito, sonhos, pesadelos, esperanças, fugas, mistérios. A água do mar vinha e apagava tudo quando a maré enchia.
O náufrago não tinha lápis nem calepino (gostava de dizer esta palavra esquisita em voz alta, no silêncio da ilha).
Um dia ele desistiu de ser descoberto. Ninguém ia escutá-lo mesmo no fim de mundo onde vivia.
Passou a escrever direto na água com a ponta do dedo.
Um dia ele desistiu de ser descoberto. Ninguém ia escutá-lo mesmo no fim de mundo onde vivia.
Passou a escrever direto na água com a ponta do dedo.
As letras azuis eram desenhadas nas linhas brancas da espuma. Escrevia com o fervor das primeiras e últimas palavras dos afogados, escrevia para sobreviver naquele mar de solidão.
As palavras afastavam-se da ilha e desfaziam-se em direção ao horizonte.
As palavras afastavam-se da ilha e desfaziam-se em direção ao horizonte.
O náufrago era agora o homem que escrevia na água.
Escrevia para os peixes e as gaivotas.
Escrevia para os peixes e as gaivotas.
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Texto publicado em 22/8/2011
quarta-feira, 12 de setembro de 2012
A pele cor-de-rosa da chuva
Jorge Adelar Finatto
photo: j.finatto |
O ser humano tem direito constitucional de andar nas nuvens.
A sentimental algaravia.
Ah, um dia livre pra sair por aí. O que ela mais gosta.
As horas difíceis, cotidianas, que a vida tem. Poucos momentos de gozo. Vida bonsai. Um ermo. Os medos, medo.
As horas difíceis, cotidianas, que a vida tem. Poucos momentos de gozo. Vida bonsai. Um ermo. Os medos, medo.
Um dia se deu conta que. Olhou no espelho, estranhou. Quem é essa? Deus!
Vivia no austero, no precavido jeito.
Desde que ele se foi, enfim. Adeus, adeuses. Casa abandonada. Depois só quireras, uns fanicos de dar dó, uns cacos. Ninguém mais.
Desde que ele se foi, enfim. Adeus, adeuses. Casa abandonada. Depois só quireras, uns fanicos de dar dó, uns cacos. Ninguém mais.
Dia feriado, sábado, domingo, aniversário: nenhum fio de luz embaixo da porta, escuridão completa. Ninguém vem, ninguéns.
Coração solitário no meio dos corvos vorazes.
Coração solitário no meio dos corvos vorazes.
Noites em claro, sede. Janela sobre a cidade vazia. Invoca rezas antigas, banho de madrugada, copo dágua gelada, dorme diante da tv.
A solidão pintada na cara. Ocos dias de se viver. Só durezas.
Ah, bem-vindo, vento de abril. Na chuva sente-se protegida, agasalhada. Sai a divagar caminhos molhados. Os longes habitam a sua alma.
Peixes coloridos soltos no ar.
Sopram presságios no voo de algodão das gaivotas.
Peixes coloridos soltos no ar.
Sopram presságios no voo de algodão das gaivotas.
Moças saltam das janelas, invadem as ruas como ela. Anêmonas. Saias flutuam. Sombrinhas navegam no vento.
A esperança. Ninguém pode viver sem, nem ela nem. Se a solitude fosse um abraço.
Instantes migalhas de vida são. Breves eternidades.
Venham os dias, pois. Os novos caminhos.
Instantes migalhas de vida são. Breves eternidades.
Venham os dias, pois. Os novos caminhos.
Felicidade é relâmpago. Farândola no coração.
A pele cor-de-rosa da chuva.
Outono, outonos.
A pele cor-de-rosa da chuva.
Outono, outonos.
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Texto publicado em 9 de abril, 2010.
domingo, 9 de setembro de 2012
A despedida
Sentimental e reservado, ele não era de muita conversa. Um tanto melancólico talvez. Parecia sentir saudade de um mundo que um dia foi de alegria e companheirismo entre seus irmãos siameses. Devia ser um lugar perto do mar, com bastante peixe, alimento predileto.
Quando ainda era um gato bebê, nunca se viu mais chorão. Chegou aqui em casa no inverno, faz cinco anos. O único jeito de parar de chorar era deixá-lo entrar embaixo dos cobertores. Aí se acalmava, queria contato físico, calor humano (não tinha outro gato para se aquecer).
O Bacana tornou-se um adolescente calado, não gostava de reuniões e ruídos. Preferia o silêncio e o recolhimento do escritório a qualquer outro ambiente da casa. Era doce e cálido.
Apreciava também o muro do quintal. E gostava de sentar-se no quiosque em meio a vasos de flores, de onde podia admirar o Contraforte dos Capuchinhos, na lonjura, com suas montanhas azuis.
Caminhava em silêncio pela casa como só os gatos sabem fazer.
Apreciava também o muro do quintal. E gostava de sentar-se no quiosque em meio a vasos de flores, de onde podia admirar o Contraforte dos Capuchinhos, na lonjura, com suas montanhas azuis.
Caminhava em silêncio pela casa como só os gatos sabem fazer.
Às vezes, subia no teclado do computador, com o motorzinho de popa fazendo o rom-rom característico. Queria atenção. Só sossegava quando era acariciado, após alguns minutos.
Nessas ocasiões, sentava na estante perto da janela ao lado do volume encadernado de A Montanha Mágica, de Thomas Mann. Depois descia a escada escarpada, ia para o pátio, silente e esguio como uma sombra.
No final de agosto, teve uma doença que o levou embora. Primeiro foi para a clínica veterinária onde ainda havia esperança (não muita) em sua recuperação. Até que veio o telefonema anunciando a morte.
Ficou o silêncio de seus passos pela casa.
Perdi os olhos azuis e a meiga presença do Bacaninha.
Falta um gato no escritório.
Nessas ocasiões, sentava na estante perto da janela ao lado do volume encadernado de A Montanha Mágica, de Thomas Mann. Depois descia a escada escarpada, ia para o pátio, silente e esguio como uma sombra.
No final de agosto, teve uma doença que o levou embora. Primeiro foi para a clínica veterinária onde ainda havia esperança (não muita) em sua recuperação. Até que veio o telefonema anunciando a morte.
Ficou o silêncio de seus passos pela casa.
Perdi os olhos azuis e a meiga presença do Bacaninha.
Falta um gato no escritório.
quinta-feira, 6 de setembro de 2012
Os saltimbancos
Jorge Adelar Finatto
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photo: j.finatto. Veneza, Itália |
A vida é um teatro de saltimbancos sem tempo para ensaiar. Nós somos os atores improvisados no oblíquo palco da existência. Vivemos o frágil instante imersos em acontecimentos sobre os quais não temos nenhum controle, ninguém tem.
Não existe papel fácil nessa tragicomédia. Todos os gestos, todas as falas são inaugurais, irrepetíveis, e não vêm precedidos de qualquer espécie de roteiro previamente organizado.
Viver não acontece num cenário ideal. Não recebemos script ao nascer. Construímos o personagem na medida em que vivemos a história.
Esta construção se dá através dos valores que recebemos, em casa e no mundo, e da crítica que fazemos em relação a esses mesmos valores. O pensamento crítico não dissociado do sentimento humano é o que pode nos valer na difícil composição.
O essencial é saber se temos capacidade de nos colocar no lugar do outro, de ouvi-lo, de nos comover com suas circunstâncias. E nunca aceitar a violência física, moral, intelectual ou de qualquer tipo como forma de legitimação e exercício de poder.
Raramente nosso desempenho sai como gostaríamos. Há sempre espaço para algo melhor, mais refinado, mais feliz talvez. No fundo queríamos um cenário mais luminoso e humano, um enredo menos sofrido, mais poesia e menos prosa.
Vivemos ao relento o sonho dos saltimbancos.
A peça teatral nunca se completa, não existe o grand finale. As histórias são cruas, comuns, às vezes com alguma luz, sempre tão diferentes, tão iguais.
A peça teatral nunca se completa, não existe o grand finale. As histórias são cruas, comuns, às vezes com alguma luz, sempre tão diferentes, tão iguais.
Somos personagens em carne viva sobre o palco vazio, sozinhos diante do imponderável. Vivemos ao vivo, apresentação única. E não podemos rasgar a fantasia.
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